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EDUCAÇÃO
Universidade concentra um terço dos programas que receberam nota máxima da Capes; instituições públicas se destacam
Pós-graduação da USP tem melhor avaliação
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A região Sudeste concentra 90%
dos melhores programas de pós-graduação existentes no país. A
maior parte está nas universidade
públicas (federais ou estaduais),
sendo as particulares responsáveis por somente 6 dos 61 planos
de mestrado e doutorado mais
bem avaliados, conforme pesquisa divulgada ontem.
Nesse meio, a USP (Universidade de São Paulo) se destaca entre
as demais instituições. Ela possui
32,7% (20) dos programas de excelência do Brasil. Em seguida
vem a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com oito
programas, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), ambas com seis.
Os dados foram divulgados ontem pela Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior). O órgão avaliou,
durante o triênio 2001/2003, 1.819
programas de pós-graduação do
país. Cada programa pode originar três diferentes cursos -um
de mestrado, um de doutorado e
um de mestrado profissional. Para os 1.819 programas, hoje existem 1.020 cursos de doutorado,
1.726 de mestrado e 115 de mestrado profissional.
Para conseguir a nota máxima,
numa escala de 1 a 7, o programa
tem de ter um doutorado. Ou seja,
para aqueles que possuem apenas
mestrado, a maior nota é 5.
O relatório da Capes foi elaborado por 550 consultores, que levaram em consideração visitas feitas
às instituições e as avaliações
anuais de cada curso.
A região Norte não conseguiu
colocar nenhum curso no grupo
do melhores do país. Segundo
Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, a região precisará
"importar recursos humanos" de
outros Estados para conseguir
uma pós-graduação de ponta.
A região Centro-Oeste possui
apenas um curso de excelência,
no Distrito Federal (UnB), e o
Nordeste também tem só um programa entre os melhores, em Pernambuco (UFPE).
O ministro Tarso Genro (Educação) fez uma avaliação otimista
da pós-graduação no país. "É um
setor que apresenta ótimos resultados", disse. Em relação à última
avaliação, divulgada em 2001,
houve uma melhora nos resultados. Na época, do total de 1.575
programas, 4,1% não receberam
nota suficiente para a renovação
do reconhecimento do curso
(pontuação 1 e 2). Neste ano, o índice baixou para 3%.
Ficaram na lista negra da Capes
55 programas. As universidades
têm até 30 dias para enviar um recurso à instituição. Caso não consiga rever o conceito do curso, a
universidade não poderá fazer
processos seletivos, mas o aluno
tem o direito de concluir a grade
curricular e retirar o diploma.
A Capes não divulgou a lista das
instituições reprovadas, pois informou que elas não tiveram
oportunidade de se defender.
A taxa das notas 6 e 7 subiu. Esse
desempenho é "equivalente ao
dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa", segundo a Capes. Nessa faixa
estão 10,9% dos programas, em
comparação aos 9,4% de 2001.
O número de alunos na pós-graduação aumentou mais de
150% em dez anos (1993-2003).
As matrículas no mestrado saltaram de 13.633 para 35.305, um aumento de 159%. As do doutorado
cresceram 175%, de 4.132 para
11.343. Em 2003, se formaram como doutores 8.094 pessoas.
Para Guimarães, outra aposta
no setor é o mestrado profissional. A área deve atrair as pessoas
que são, segundo ele, "iludidas"
por cursos de extensão. "São cursos para quem quer fazer uma
pós-graduação, mas não quer seguir o meio acadêmico." Nessa
modalidade de ensino, entraram
2.452 estudantes em 2003.
Veja as nota de todos os programas em
http://www.folha.com.br/042781
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