São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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EDUCAÇÃO

Universidade concentra um terço dos programas que receberam nota máxima da Capes; instituições públicas se destacam

Pós-graduação da USP tem melhor avaliação

LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A região Sudeste concentra 90% dos melhores programas de pós-graduação existentes no país. A maior parte está nas universidade públicas (federais ou estaduais), sendo as particulares responsáveis por somente 6 dos 61 planos de mestrado e doutorado mais bem avaliados, conforme pesquisa divulgada ontem.
Nesse meio, a USP (Universidade de São Paulo) se destaca entre as demais instituições. Ela possui 32,7% (20) dos programas de excelência do Brasil. Em seguida vem a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com oito programas, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ambas com seis.
Os dados foram divulgados ontem pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O órgão avaliou, durante o triênio 2001/2003, 1.819 programas de pós-graduação do país. Cada programa pode originar três diferentes cursos -um de mestrado, um de doutorado e um de mestrado profissional. Para os 1.819 programas, hoje existem 1.020 cursos de doutorado, 1.726 de mestrado e 115 de mestrado profissional.
Para conseguir a nota máxima, numa escala de 1 a 7, o programa tem de ter um doutorado. Ou seja, para aqueles que possuem apenas mestrado, a maior nota é 5.
O relatório da Capes foi elaborado por 550 consultores, que levaram em consideração visitas feitas às instituições e as avaliações anuais de cada curso.
A região Norte não conseguiu colocar nenhum curso no grupo do melhores do país. Segundo Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, a região precisará "importar recursos humanos" de outros Estados para conseguir uma pós-graduação de ponta.
A região Centro-Oeste possui apenas um curso de excelência, no Distrito Federal (UnB), e o Nordeste também tem só um programa entre os melhores, em Pernambuco (UFPE).
O ministro Tarso Genro (Educação) fez uma avaliação otimista da pós-graduação no país. "É um setor que apresenta ótimos resultados", disse. Em relação à última avaliação, divulgada em 2001, houve uma melhora nos resultados. Na época, do total de 1.575 programas, 4,1% não receberam nota suficiente para a renovação do reconhecimento do curso (pontuação 1 e 2). Neste ano, o índice baixou para 3%.
Ficaram na lista negra da Capes 55 programas. As universidades têm até 30 dias para enviar um recurso à instituição. Caso não consiga rever o conceito do curso, a universidade não poderá fazer processos seletivos, mas o aluno tem o direito de concluir a grade curricular e retirar o diploma.
A Capes não divulgou a lista das instituições reprovadas, pois informou que elas não tiveram oportunidade de se defender.
A taxa das notas 6 e 7 subiu. Esse desempenho é "equivalente ao dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa", segundo a Capes. Nessa faixa estão 10,9% dos programas, em comparação aos 9,4% de 2001.
O número de alunos na pós-graduação aumentou mais de 150% em dez anos (1993-2003). As matrículas no mestrado saltaram de 13.633 para 35.305, um aumento de 159%. As do doutorado cresceram 175%, de 4.132 para 11.343. Em 2003, se formaram como doutores 8.094 pessoas.
Para Guimarães, outra aposta no setor é o mestrado profissional. A área deve atrair as pessoas que são, segundo ele, "iludidas" por cursos de extensão. "São cursos para quem quer fazer uma pós-graduação, mas não quer seguir o meio acadêmico." Nessa modalidade de ensino, entraram 2.452 estudantes em 2003.
Veja as nota de todos os programas em
http://www.folha.com.br/042781


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