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Fissuras atingem 17 km da rede do metrô
Estatal define amanhã empresa para fechar rachaduras de até 5 cm em túneis e estações; obra deve demorar 15 meses
Metrô afirma que faz inspeções periódicas e que reforma não irá provocar interferência na rotina das estações
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Metrô de São Paulo vai
contratar uma empresa para
eliminar 16,8 km de fissuras
em estruturas de concreto
-algumas com até 5 cm de
abertura- em estações e túneis das quatro linhas operadas pela companhia. No total, o metrô tem 68 km de extensão.
A licitação prevê, ainda, o
reparo de cerca de 40 mil m2
de concreto, limpeza de superfícies cobertas por sujeira
de pombos, colocação de telas antipássaros, pintura e
troca de suportes para publicidade e comunicação visual
(sinalização do metrô).
A empresa será escolhida
amanhã -as obras começam
em novembro e devem durar
15 meses. O trabalho será da
0h às 4h, quando o metrô
não estiver operando.
O Metrô afirma que a reforma não vai provocar interferência na rotina das estações,
mas o edital prevê isolamento de áreas e equipamentos,
retirada de placas de comunicação visual e de corrimão
de passarelas e demolição de
estruturas de concreto.
Na parte externa há previsão de destruição de calçadas e ocupação de vias -inclusive "arteriais e de trânsito rápido"- com interdições
parciais e desvios de tráfego.
Ainda de acordo com a
companhia, "eventualmente
ocorrerão limitações físicas
de espaços em áreas onde há
alternativas de fluxo aos
usuários".
ANOMALIAS
No edital, o Metrô afirma
que o serviço visa a "eliminação de anomalias nas estruturas detectadas em inspeções", que são periódicas, segundo a companhia. As anomalias, ressalta a empresa,
"têm origens diversas", como variações climáticas.
Diz, também no edital, que
a não execução dos serviços,
"além dos efeitos diretos sobre potenciais falhas, agrava
as condições operacionais,
contribuindo negativamente
para a imagem do metrô".
A reforma das estruturas
de concreto vai alcançar as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás. A mais antiga
delas é a linha 1, que tem 20
das suas 23 estações construídas entre 1974 e 1978.
INFILTRAÇÕES
A Folha constatou infiltrações nas estações Santa Cecília, República e Sé -nesta há
vazamentos que resistiram
até a uma reforma anterior,
denunciada por remendos de
cimento de cor mais clara
que o concreto original.
Também há remendos em
estações da linha 2, como Brigadeiro e Vila Madalena -o
Metrô diz que o serviço foi feito por empresa contratada.
Na Sé há infiltrações nas
plataformas de embarque da
linha 1, nos sentidos Tucuruvi e Jabaquara. Na estação Vila Madalena, linha 2, as infiltrações aparecem nas paredes que não têm azulejos.
"Aqui é assim praticamente desde que inaugurou. Vejo
uma reforminha aqui, outra
ali, mas nem precisa começar a temporada de chuva para as paredes estarem úmidas de novo", aponta a dona
de casa Suzane Corrêa, 42.
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