São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Fissuras atingem 17 km da rede do metrô

Estatal define amanhã empresa para fechar rachaduras de até 5 cm em túneis e estações; obra deve demorar 15 meses

Metrô afirma que faz inspeções periódicas e que reforma não irá provocar interferência na rotina das estações

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Metrô de São Paulo vai contratar uma empresa para eliminar 16,8 km de fissuras em estruturas de concreto -algumas com até 5 cm de abertura- em estações e túneis das quatro linhas operadas pela companhia. No total, o metrô tem 68 km de extensão.
A licitação prevê, ainda, o reparo de cerca de 40 mil m2 de concreto, limpeza de superfícies cobertas por sujeira de pombos, colocação de telas antipássaros, pintura e troca de suportes para publicidade e comunicação visual (sinalização do metrô).
A empresa será escolhida amanhã -as obras começam em novembro e devem durar 15 meses. O trabalho será da 0h às 4h, quando o metrô não estiver operando.
O Metrô afirma que a reforma não vai provocar interferência na rotina das estações, mas o edital prevê isolamento de áreas e equipamentos, retirada de placas de comunicação visual e de corrimão de passarelas e demolição de estruturas de concreto.
Na parte externa há previsão de destruição de calçadas e ocupação de vias -inclusive "arteriais e de trânsito rápido"- com interdições parciais e desvios de tráfego.
Ainda de acordo com a companhia, "eventualmente ocorrerão limitações físicas de espaços em áreas onde há alternativas de fluxo aos usuários".

ANOMALIAS
No edital, o Metrô afirma que o serviço visa a "eliminação de anomalias nas estruturas detectadas em inspeções", que são periódicas, segundo a companhia. As anomalias, ressalta a empresa, "têm origens diversas", como variações climáticas.
Diz, também no edital, que a não execução dos serviços, "além dos efeitos diretos sobre potenciais falhas, agrava as condições operacionais, contribuindo negativamente para a imagem do metrô".
A reforma das estruturas de concreto vai alcançar as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás. A mais antiga delas é a linha 1, que tem 20 das suas 23 estações construídas entre 1974 e 1978.

INFILTRAÇÕES
A Folha constatou infiltrações nas estações Santa Cecília, República e Sé -nesta há vazamentos que resistiram até a uma reforma anterior, denunciada por remendos de cimento de cor mais clara que o concreto original.
Também há remendos em estações da linha 2, como Brigadeiro e Vila Madalena -o Metrô diz que o serviço foi feito por empresa contratada.
Na Sé há infiltrações nas plataformas de embarque da linha 1, nos sentidos Tucuruvi e Jabaquara. Na estação Vila Madalena, linha 2, as infiltrações aparecem nas paredes que não têm azulejos.
"Aqui é assim praticamente desde que inaugurou. Vejo uma reforminha aqui, outra ali, mas nem precisa começar a temporada de chuva para as paredes estarem úmidas de novo", aponta a dona de casa Suzane Corrêa, 42.


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