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Polícia investiga se uniforme foi lavado
Há suspeita de que a roupa do menino que pode ter matado colega em sala tenha sido limpa antes da perícia
Pais do garoto negam limpeza; laudo pericial sobre marcas de sangue e pólvora no uniforme será divulgado hoje
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
A Polícia Civil investiga se
as roupas do garoto suspeito
de ter matado acidentalmente o estudante Miguel Cestari
dos Santos, 9, dentro da sala
de aula foram lavadas antes
de ir para a análise pericial.
A suspeita é que alguém
tenha lavado o uniforme e
uma mochila do menino para tentar enganar a perícia. O
material está desde a semana
passada no Instituto de Criminalística para que se verifique se há ou não marcas de
sangue e de pólvora.
Se houver, segundo a polícia, será mais um indício de
que foi um colega de Miguel
quem atirou nele na última
quarta na Escola Adventista
de Embu (Grande SP).
"Sabemos [das manchas]
porque temos uma relação
informal com a perícia, mas o
laudo conclusivo deve sair só
amanhã [hoje]", declarou o
delegado Carlos Ceroni.
Investigadores disseram à
Folha que viram manchas
na camiseta do garoto que
pareciam já ter sido lavadas.
Os pais do menino negaram à polícia que tenham
limpado as roupas, que possuam arma em casa ou que o
filho tenha atirado, mesmo
acidentalmente, em Miguel.
Hoje, o delegado deverá
pedir ao Juizado da Infância
e Juventude que o menino
suspeito seja ouvido por um
psicólogo forense.
Ontem o diretor da escola,
Alan Fernandes, reuniu-se
com pais de alunos e, segundo a assessoria da instituição, ofereceu assistência psicológica às famílias.
As aulas devem recomeçar
hoje. A escola, porém, decidiu manter interditada por
prazo indeterminado a sala
de aula onde foi baleado o
menino Miguel.
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