São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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Bando leva armas de empresa de segurança

Ladrões roubaram arsenal com 108 revólveres, pistolas e escopetas; assalto aconteceu ao meio-dia no Butantã

Criminosos diziam ter informações sobre familiares dos reféns para pressioná-los a abrir cofres com armas

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Cinco criminosos invadiram uma empresa de segurança particular no Butantã, zona oeste de SP, ao meio-dia de ontem, e roubaram um arsenal com revólveres, pistolas e escopetas calibre 12, arma de grande potencial destrutivo, e muita munição.
A International Security Vigilância Ltda. informou à polícia que foram levadas 108 armas: 45 escopetas, 56 revólveres calibre 38, 7 pistolas .380, 3.200 munições e 12 coletes à prova de bala.
O roubo das armas foi um dos maiores registrados neste ano no Estado. A polícia suspeita da ação de ladrões ligados ao crime organizado.

SIMULAÇÃO
Para invadir a empresa no Butantã, os criminosos disseram ser da Polícia Federal e simularam a entrega de um envelope. Quando o portão foi aberto por um dos três funcionários que estavam no local, dois assaltantes o renderam e abriram caminho para os demais. Outro ladrão ficou em um Meriva, na porta da empresa, dando cobertura aos demais assaltantes.
Os funcionários foram agredidos e os criminosos ainda ameaçaram matar seus familiares. Os fios das câmeras de segurança foram usados para amarrar os reféns e, por isso, não há imagens do crime.
Alguns pontos chamaram a atenção da polícia no roubo: 1) os ladrões diziam que "quem tinha dado a fita" (passado informações) sobre a empresa eram policiais; 2) o nome de um ex-coordenador de segurança da empresa, demitido em junho, era citado pelos criminosos; 3) falaram que, como a empresa não pagava funcionários, tinha de ser roubada.
Os dois donos da International Security não foram localizados ontem pela Folha. Como a empresa não renovou sua licença na Polícia Federal, ela será investigada. A International Security atua com a escolta armada de cargas e atualmente tem apenas dois clientes.

CRIME ORGANIZADO
Em crimes dessa proporção, normalmente, as armas são repassadas para facções criminosas. Em um caso ocorrido há dois ano, em Ribeirão Pires (Grande SP), armas foram parar nas mãos de bandidos do Rio. Mas a polícia não descarta a possibilidade de os ladrões vendê-las no "varejo".
Em março de 2009, 119 armas do CTT (Centro de Treinamento Tático), campo particular de tiros em Ribeirão Pires, foram roubadas. Até hoje, apenas dois fuzis foram achados e o crime ainda não foi esclarecido pela polícia. As duas armas encontradas estavam no Rio de Janeiro, em áreas onde atuam as facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro.


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