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"Não sei explicar, minha mãe, o que aconteceu comigo", diz Meira
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Quase 12 horas depois de atirar
em pessoas em um cinema do
MorumbiShopping, Mateus da
Costa Meira telefonou para sua
mãe, a enfermeira aposentada
Aline da Costa Meira.
O contato foi rápido e cheio de
emoção. "Por que você fez isso,
meu filho?", perguntou Aline.
"Não sei explicar, minha mãe,
não sei explicar o que aconteceu
comigo", respondeu. Ao ouvir a
resposta do filho, a enfermeira
chorou muito e interrompeu a ligação para tomar calmantes.
O contato entre os dois foi feito
a pedido de Ademar Gomes, que
foi advogado do estudante no
momento em que ele foi preso.
Ontem pela manhã, o movimento foi intenso no edifício Bois
de Bologna, um prédio de classe
média alta (quatro suítes, quatro
garagens, piscina, sauna e quadras poliesportivas) localizado na
avenida Centenário, no centro de
Salvador.
Por determinação da família, os
porteiros do edifício proibiram a
entrada de jornalistas no prédio.
No rápido contato que manteve
com a imprensa, pelo interfone,
Aline afirmou que seu filho sempre "foi um pouco nervoso".
"Mas não posso deixar de dizer
que ele sempre foi um bom filho."
Segundo Aline, o "nervosismo"
não justifica a atitude de Meira de
entrar armado em um cinema e
atirar nas pessoas.
Ela confirmou que seu filho estava fazendo um tratamento psiquiátrico em São Paulo. A enfermeira ressaltou que seu filho tomou a iniciativa de procurar tratamento logo que chegou a São
Paulo para cursar medicina.
Mateus iniciou um novo tratamento psiquiátrico quando começou a residência médica.
O pai de Meira, o oftalmologista
Deolino Vanderley Meira, não
manteve nenhum contato com a
imprensa até as 17h de ontem.
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