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Shopping se isenta de culpa e nega
indenização a vítimas e famílias
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
A administração
do MorumbiShopping não se sente
responsável pelas
mortes dentro da
sala de cinema e
descarta indenizar as famílias ou
as vítimas que sobreviveram.
"Se necessário, daremos algum
tipo de ajuda, mas o shopping não
pode ser responsabilizado pelo
que ocorreu. Isso poderia ter
acontecido em qualquer outro lugar", disse Celso Abramovitz, 40,
superintendente da Renasce, que
administra o shopping.
A empresa está usando o boletim de ocorrência registrado na
polícia em sua defesa. No texto,
consta que o autor dos disparos,
Mateus da Costa Meira, disse ter
escolhido ""casualmente o referido shopping".
"Não cabe indenização porque
não há responsabilidade do shopping", disse o advogado Cid Vieira de Souza Filho, que representa
a administração do local.
Os seguranças que trabalhavam
à noite entraram no cinema após
os disparos e evitaram que Meira
fosse linchado. Isso só aconteceu
após eles perceberem o tumulto
das vítimas que deixavam o cinema. A acústica da sala de projeção
impediu que o barulho dos tiros
fosse ouvido do lado de fora. Dois
homens que assistiam ao filme seguraram Meira pelas costas antes
da chegada dos seguranças.
O shopping informou que providenciou socorro para as vítimas
do tiroteio, acionando o serviço
de resgate. "Nossa estrutura de
segurança não foi omissa. Evitar
que isso ocorra é absolutamente
impraticável em qualquer lugar,
nem que tivéssemos dez vezes
mais seguranças no momento",
afirmou Claudio Sallum, 37, superintendente do shopping.
A Paris Filme, que administra
seis cinemas dentro do MorumbiShopping, interditou a sala onde houve o tiroteio e uma outra ao
lado, apesar de o Instituto de Criminalística ter liberado o acesso
na manhã de ontem. Os representantes da empresa não comentaram o caso.
Além de dois funcionários da
bilheteria, há apenas um outro na
sala de projeção. A roleta de entrada, por onde o atirador passou
armado, é manual.
No momento dos tiros, as lojas
estavam fechadas. Ainda havia
movimento nos cinemas e nas
áreas de lazer.
Dia seguinte
As lojas do MorumbiShopping
abriram normalmente ontem.
"As pessoas estão ligando e perguntando se há segurança", disse
Monique Pereira Bezerra, que trabalha no boliche e recebe reservas
para aniversários.
"É um absurdo o que aconteceu. Acho que deveria começar a
ter revista na entrada do cinema",
afirmou o montador Moisés Rodrigues de Macedo, 27, que ontem esteve com a família fazendo
compras no shopping.
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