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Sociólogo vê fato como caso isolado
da Reportagem Local
Os shopping centers são considerados locais com segurança
adequada, segundo especialistas e
frequentadores. "A tendência é
que ocorra menos violência em
shoppings do que em lugares totalmente abertos, como a rua."
A opinião é do sociólogo Túlio
Kahn, do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e
Tratamento do Delinquente).
"Os shoppings têm um esquema de segurança privada muito
forte. Normalmente, a pessoa fica
mais protegida lá, mas isso não
quer dizer que ela está livre da
violência", completa.
De acordo com ele, o crime de
anteontem é um fato considerado
isolado no Brasil. "Não é comum
que ocorra aqui casos de pessoas
que saem atirando em locais públicos, mas pesquisas mostram
que pode haver uma espécie de
contágio. A pessoa que tem um
distúrbio fica sabendo de ocorrências semelhantes e copia."
Apesar de casos como o do crime do Morumbi serem considerados isolados, mães que antes
deixavam seus filhos frequentarem shoppings sozinhos, por
acreditar que lá eles estariam mais
seguros, pensam em "regular" a
ida dos adolescentes aos shoppings.
"Fiquei muito assustada com isso. A gente já não fica tranquila
nem quando o filho está no colégio. No shopping sempre achei
que eles estivessem em segurança", disse a organizadora de eventos Cristina Marin, 40, mãe de
duas adolescentes: uma com 14
anos e outra com 12.
Cristina afirma que continua
considerando o shopping mais
seguro que a rua. "Mas, no momento, fiquei cheia de reservas e
não sei se deixarei minhas filhas
irem ao shopping como antes",
diz. Suas filhas frequentam as lojas e os cinemas dos shoppings
Paulista e Ibirapuera.
A empresária Virgínia Pereira,
40, que também é mãe de duas
adolescentes, diz que nunca considerou os shoppings totalmente
seguros. "Sempre me preocupei.
Nesses lugares pode haver pessoas que têm problemas com drogas e aproveitam que o adolescente está sozinho ali", diz.
As filhas de Virgínia frequentam o shopping principalmente
para ir ao cinema. "Sempre evitei
que elas ficassem em shopping
batendo perna."
Ela diz que agora ficou ainda
mais preocupada."Mas não vou
poder proibi-las sempre de sair.
Prefiro nem pensar no que aconteceu, ou não deixo mais as minhas filhas saírem de casa."
(ANTONINA LEMOS)
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