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Corte deve atingir 27 mil servidores
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária de Gestão Pública
de São Paulo, Helena Kerr do
Amaral, disse ontem que os cortes
de benefícios dos servidores municipais, oficializados por uma
portaria publicada no último dia
31, atingem uma parcela pequena
do funcionalismo. Dos 168 mil
servidores, 27 mil serão atingidos.
"Não vai ser nada trágico na vida de ninguém", disse a secretária
que afirmou que, para a grande
maioria dos funcionários, o corte
não passará de R$ 50 por mês.
A medida, baseada na emenda
constitucional de 4 de junho de
1998, estabeleceu que o cálculo de
benefícios como a sexta parte
-aumento de 1/6 sobre o salário
após 20 anos de serviço- e outras doze gratificações fossem realizadas sobre o salário padrão, excluindo os adicionais.
Para os servidores, que prometem recorrer à Justiça contra a
prefeitura, a medida é ilegal e fere
os direitos adquiridos. "É um desrespeito ao funcionário, qualquer
redução de salário, por menor
que seja, tem muita importância
para o trabalhador", disse a presidente da Federação das Associações Sindicais da Prefeitura de
São Paulo, Berenice Gazoni.
Para ela, a secretária foi infeliz
ao fazer tal afirmação. "É uma falta de sensibilidade falar isso, todo
o incentivo pelo qual a gente luta
está sendo menosprezado", disse.
Segundo a secretária, a portaria
é uma mera medida administrativa de adequação à lei que já foi
adotada em diversas cidades e
não poderia ser descumprida. "A
gente não tem opção quanto a isso, tem que seguir a lei", disse.
De acordo com ela, os servidores que adquiriram os benefícios
antes de a emenda ser editada não
sofrerão os cortes, e aqueles que já
receberam as gratificações ilegais
desde então também não terão
que devolver. "É uma questão humanitária, as pessoas não têm culpa de terem recebido durante
mais de três anos um salário com
um extra ao qual não tinham direito", afirmou.
A secretária nega que o corte esteja ferindo os direitos adquiridos
pelos trabalhadores. "De acordo
com Constituição Federal, não há
esse direito", disse.
Horas extras
Sobre o corte parcial nas horas
extras do funcionalismo, também
realizado pela prefeitura na semana passada, a secretária disse que
se deve a uma preocupação com
os funcionários. "Para efeito de
saúde do trabalhador, a gente prefere uma melhor alocação das
pessoas do que o uso das horas
suplementares, que são um custo
tanto para a prefeitura quanto para a saúde de quem trabalha".
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