São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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Empresas aéreas querem indenização de R$ 40 mi

Sindicato diz acumular prejuízos há 12 dias e pedirá abatimento das taxas

Controladores de vôo prometem manter a operação-padrão; não há garantias de que hoje a situação esteja normalizada

DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Anchieta, disse ontem que as companhias aéreas pedirão indenização de ao menos R$ 40 milhões à União por causa da operação-padrão dos controladores de vôo. Alega que acumula prejuízo há 12 dias.
Caso não consiga um acordo com Agência Nacional de Aviação Civil na reunião prevista para terça-feira, o sindicato, que reúne 18 empresas do setor, ameaça recorrer à Justiça.
""Cada avião está operando duas horas e meia acima da média, o que totaliza R$ 2,5 milhões diários. Fora isto, as empresas estão tendo, por dia, gastos de cerca de R$ 200 mil para alimentar e transportar os passageiros, além de um prejuízo de R$ 500 mil com desistência dos clientes, que pagaram a passagem e querem o dinheiro de volta", disse, ressaltando que são cálculos preliminares.
Na reunião com a Anac, o Snea vai pedir que a indenização seja revertida em abatimento das taxas aeroportuárias para as empresas do setor. Por meio da sua assessoria, a Anac disse que "é um direito delas" tentar obter uma compensação pelo prejuízo.
O ministro da Defesa, Waldir Pires diz que não foi informado e preferiu não se manifestar sobre a nova ameaça. Conforme a Folha apurou, o governo reagiu com indignação à pressão, agora, das companhias e lembra, a título de contra-ameaça, que elas são concessões públicas.
A ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro) calcula que o cancelamento de 4.000 diárias desde o início da operação-padrão dos controladores do vôo já acarretou um prejuízo de R$ 800 mil por dia aos hotéis de todo o Estado.
"Além dos cancelamentos, não conseguiremos jamais contabilizar as desistências, porque muita gente deixou de viajar para evitar passar por este vexame nos aeroportos", afirmou o vice-presidente da entidade, Ângelo Vivacqua.
Eraldo Cruz, presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), diz que o setor se reúne na próxima quarta para fazer um balanço dos prejuízos e, dependendo do montante, avaliar se é o caso de ingressar com ações na Justiça.
Apesar de a operação-padrão continuar, o governo tem uma boa expectativa em relação à volta do feriadão de Finados. Porém, não há garantias de que hoje a situação esteja normalizada (leia texto à pág. C-3).
Caso os passageiros decidam entrar na Justiça contra as empresas aéreas em razão dos atrasos, o vice-presidente do Snea disse que a entidade vai tentar incluir a União nos processos. ""A co-responsabilidade é da União", afirmou Anchieta.


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