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Advogada preferiu colocar filha autista em uma escola especial
DA REPORTAGEM LOCAL
A advogada Cristina Fernanda Arnone, 37, bem que tentou
manter a filha Camila, 13, que
tem autismo, em uma escola
regular. Do berçário aos seis
anos, a menina freqüentou as
aulas em um colégio sem atendimento especializado, mas
Cristina começou a perceber
que a filha precisava de mais
atenção para desenvolver suas
potencialidades.
"Ela foi crescendo e começaram a surgir algumas situações
constrangedoras. Foi então que
comecei a pesquisar sobre os
colégios especiais e gostei das
propostas." A advogada acabou
matriculando a filha na Escola
Indianópolis, na zona sul, que
há 33 anos lida com portadores
de deficiências. "Adorei o lugar,
o trabalho dos professores. A
Camila passou a ter um acompanhamento personalizado e
se adaptou plenamente."
Durante alguns meses, Cristina chegou a manter a menina
nas duas escolas. "Mas ela preferia a Indianópolis. Era onde
se sentia à vontade", conta. "Infelizmente, vejo que as escolas
regulares ainda não estão preparadas para lidar com as
crianças especiais."
Para Nilce Cunha, diretora
da Escola Indianópolis, a inclusão acaba machucando emocionalmente a criança deficiente. "Temos de discutir a quem
interessa a inclusão. À criança
não é. Ela vai estar em um grupo onde todas são mais competentes que ela e a frustração será inevitável", diz. "Além disso,
uma escola especializada tem
profissionais capacitados para
desenvolver muito melhor suas
capacidades."
Nilce diz que muitos pais não
aceitam o fato de seus filhos serem diferentes. "Eles precisam
aceitá-los como são, não adianta querer que sejam iguais aos
demais. Nenhuma criança é
igual à outra."
(DT)
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