São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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Advogada preferiu colocar filha autista em uma escola especial

DA REPORTAGEM LOCAL

A advogada Cristina Fernanda Arnone, 37, bem que tentou manter a filha Camila, 13, que tem autismo, em uma escola regular. Do berçário aos seis anos, a menina freqüentou as aulas em um colégio sem atendimento especializado, mas Cristina começou a perceber que a filha precisava de mais atenção para desenvolver suas potencialidades.
"Ela foi crescendo e começaram a surgir algumas situações constrangedoras. Foi então que comecei a pesquisar sobre os colégios especiais e gostei das propostas." A advogada acabou matriculando a filha na Escola Indianópolis, na zona sul, que há 33 anos lida com portadores de deficiências. "Adorei o lugar, o trabalho dos professores. A Camila passou a ter um acompanhamento personalizado e se adaptou plenamente."
Durante alguns meses, Cristina chegou a manter a menina nas duas escolas. "Mas ela preferia a Indianópolis. Era onde se sentia à vontade", conta. "Infelizmente, vejo que as escolas regulares ainda não estão preparadas para lidar com as crianças especiais."
Para Nilce Cunha, diretora da Escola Indianópolis, a inclusão acaba machucando emocionalmente a criança deficiente. "Temos de discutir a quem interessa a inclusão. À criança não é. Ela vai estar em um grupo onde todas são mais competentes que ela e a frustração será inevitável", diz. "Além disso, uma escola especializada tem profissionais capacitados para desenvolver muito melhor suas capacidades."
Nilce diz que muitos pais não aceitam o fato de seus filhos serem diferentes. "Eles precisam aceitá-los como são, não adianta querer que sejam iguais aos demais. Nenhuma criança é igual à outra." (DT)


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