São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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"Inclusão a qualquer preço não vale", diz presidente de sindicato das escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

Presidente do Sieeesp, o sindicato das escolas particulares de São Paulo, José Augusto de Mattos Lourenço, é contra a inclusão a qualquer preço. Para ele, é melhor que um colégio admita sua incapacidade de atender uma criança deficiente, do que faça um trabalho malfeito.  

FOLHA - As escolas particulares não têm a obrigação de aceitar crianças com deficiências?
JOSÉ AUGUSTO DE MATTOS LOURENÇO
- Dentro das possibilidades, ela deve atender. Mas se não tiver condições, é melhor orientar os pais. É melhor não fazer [a inclusão], se for para dar um atendimento sem qualidade. Escola não é depósito.

FOLHA - Mas a escola não deve se preparar para a inclusão?
LOURENÇO
- Para lidar com crianças com Down, por exemplo, precisa ter terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, especialistas que não costumam fazer parte da escola. Nem todo mundo tem como se preparar dessa forma.

FOLHA - Mas a escola não pode fazer discriminação...
LOURENÇO
- A legislação diz que, para atender a inclusão, o professor deve ter habilitação específica. Se a escola aceita uma criança com deficiência sem ter um profissional com essa habilitação, ela está infringindo a lei e pode ser punida. Há uma pressão muito grande nos últimos anos para que ocorra a inclusão a qualquer custo, mas assim não vale a pena. (DT)


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