|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
População pode ficar abaixo do esperado
Prévia do Censo aponta 185,7 milhões de habitantes; estimativa para o ano, feita em 2009, era de 191,5 milhões
Cidade de São Paulo já está com 10,7 milhões de moradores, contra 10,4 milhões em 2000, data do último Censo
DENISE MENCHEN
DO RIO
Em três meses de visitas a
domicílios, os recenseadores
do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) encontraram 185.712.713 pessoas residindo no país. O número representa um acréscimo de 9,4% em relação às
169.799.170 contabilizadas
no Censo de 2000, mas ficou
abaixo da estimativa populacional feita em 2009 para este ano, de 191.480.630.
O resultado não é definitivo. Por lei, o IBGE dá um prazo de 20 dias para que as prefeituras avaliem e, se for o caso, contestem os dados. Como o tamanho da população
influencia nos repasses de
verbas da União a Estados e
municípios, as queixas costumam ser frequentes.
Levantamento feito pela
Confederação Nacional dos
Municípios indica que, pelos
dados divulgados ontem, 329
cidades (5,9% do total) terão
sua parcela no Fundo de Participação dos Municípios reduzida. Outros 290 (5,4%)
passarão a ganhar mais.
O Amazonas é o Estado
com maior número de municípios prejudicados (23%),
caso a contagem prévia seja
confirmada oficialmente.
EXPECTATIVA
Demógrafos ouvidos pela
Folha avaliam que, mesmo
com a tentativa do IBGE de
insistir nas buscas pelos moradores que não responderam à pesquisa, a população
contada pelo Censo 2010 deverá ser menor do que a estimada em 2009 para este ano.
Na avaliação de Suzana
Cavenaghi, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas,
isso ocorre pela natureza da
pesquisa, que considera apenas as informações colhidas
nas entrevistas pessoais.
"Nenhum censo do mundo consegue ter uma cobertura de 100%", diz. "Mas alguns países optam por fazer
uma estimativa dos dados
dos domicílios que não foram cobertos, o que o IBGE
não faz", afirma Cavenaghi.
Já o pesquisador Wilson
Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco, diz que os resultados podem indicar que
a taxa de fecundidade, estimada em 1,9 filho por mulher, pode estar abaixo disso.
Fusco ressalta que o IBGE
tende a ser conservador ao
fazer as estimativas anuais
de população, já que menos
habitantes significa menos
recursos para os municípios.
Para ele, porém, um dos
dados mais importantes revelados pelo Censo hoje não
deve sofrer alteração: aquele
que mostra que a população
do Nordeste teve uma taxa
de crescimento maior do que
a do Sul e a do Sudeste. Na
comparação com 2000, houve alta de 8,65%, 7,63% e
7,24%, respectivamente.
"Com exceção dos anos
1980, a década perdida,
quando muitos nordestinos
que tinham migrado para o
Sudeste retornaram para
seus Estados de origem por
não encontrarem emprego, a
população do Nordeste sempre tem crescido a taxas mais
baixas", diz Fusco.
"Agora a situação é diferente. A população está ficando ou voltando para o
Nordeste porque a economia
está melhorando devido aos
programas de distribuição
de renda do governo e ao
surgimento de polos de desenvolvimento em diversos
Estados", afirma.
Texto Anterior: Foco: Sete obras do arquiteto Rino Levi são tombadas em SP Próximo Texto: Prazo para ser recenseado acaba no dia 24 Índice | Comunicar Erros
|