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ULRICA D'OREY (1969-2010)
Ulri cuidava da beleza de "Claudia"
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
"Prefiro viver até os 40 intensamente, do que chegar
aos 70 anos e não ter vivido."
Quando o irmão Frederico
pedia para a jornalista Ulrica
d'Orey, a Ulri, trabalhar menos, ouvia frases assim dela.
Ainda pequena, ela foi
diagnosticada com um problema congênito no coração.
Seu pai ouviu de um médico
em Londres que a filha não
viveria mais seis meses.
A família foi treinada para
poupá-la de esforços e grandes emoções, sabendo de
suas reiteradas taquicardias.
Ulri era nascida em Lisboa
e chegou a Santos aos seis
anos, com os pais, que fugiram das agitações da época
da Revolução dos Cravos.
Quando jovem, ela já sabia
o que queria ser: desde pequena, brincava de repórter,
fazia entrevistas e escrevia.
Mas parte da família se
opôs à escolha da moça. Queriam que ela ficasse sob proteção constante, em Santos.
Com apoio da mãe, superou
obstáculos. Formou-se em
jornalismo e, nos anos 90, fez
o curso da editora Abril.
Começou na "Capricho".
Passou pela "Manequim",
"Nova Beleza" e "Claudia",
onde estava desde 2005. Era
editora de beleza. E ainda tocava a "Claudia Bebê".
Em agosto, como prêmio,
fez um curso de estilismo em
Paris e Londres. Atualizava o
blog com suas descobertas,
como um sabonete à base de
tomate e uma loja parisiense
que só vende vestidos pretos.
Amigas lembram de sua
gargalhada contagiante.
No domingo, ao voltar do
teatro, sentiu-se mal, deitou
na cama e teve uma parada
cardíaca. Morreu aos 41, sem
deixar filhos. Na segunda,
haverá uma missa, às 19h, na
igreja da Cruz Torta, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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