São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2011

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'Negociação é uma farsa', diz manifestante

Membros de comissão de estudantes afirmam que, ao cortar luz e internet, reitoria demonstra não querer diálogo

Segundo eles, invasão vai pelo menos até quarta; direção da USP diz que caso agora está com a Justiça e a PM

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Diante da iminente reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, na zona oeste paulistana, estudantes que integram o movimento pela saída da PM do campus afirmam que vão resistir.
"A reunião com a reitoria foi uma farsa. Um órgão que diz estar disposto a negociar cortou a luz e a internet da ocupação e pediu a reintegração de posse", disse o estudante de letras Rafael Alves, 29, membro da comissão que esteve ontem com representantes da direção da USP.
Ontem, a energia elétrica e o acesso à internet foram cortados no prédio. Os serviços foram restabelecidos à noite.
Rafael Padial, 24, também aluno de letras e membro da comissão, diz que os manifestantes vão permanecer na reitoria pelo menos até quarta, para quando está marcada uma nova assembleia.
"O pessoal lá de dentro da ocupação está considerando que não recebeu a intimação, porque ela foi lida para quem estava do lado de fora."
Os invasores se recusaram a receber o oficial de Justiça que foi comunicá-los sobre a reintegração à tarde. O documento foi lido pelo profissional do lado de fora. Com isso, a Justiça considera os manifestantes comunicados sobre a ordem de deixar o local.
Alves disse que os alunos não podem ser responsabilizados por um eventual confronto na desocupação do prédio, que poderá ser feita a qualquer momento pela PM a partir das 17 horas de hoje.
"Se a tropa de choque entrar na USP e bater em estudante, a culpa desse sangue será da reitoria, que já vem oprimindo alunos com processos e com a entrada da PM aqui em 2009", afirmou.
Há 20 processos contra alunos, todos em fase depoimentos: quatro por invasão à reitoria em 2007, 13 por invasão do Crusp (moradia estudantil) em 2010 e três por agressões não especificadas.
A reitoria não comentou o impasse com os estudantes ontem. Informou apenas que, agora, o caso está nas mãos da Justiça e da Polícia Militar.
Trabalham no prédio da reitoria cerca de mil funcionários. A invasão deve afetar serviços como a liberação de bolsas de estudo, convênios e programas de intercâmbio.


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