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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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BARBARA GANCIA

Bicho-papão comeu as decorações de Natal

A visita do presidente Bush ao Reino Unido parece ter causado graves transtornos nos súditos da rainha. Circulam rumores de que Tony Blair estaria fazendo uso de uma proteção sanitária como modo de enfrentar a misteriosa doença estomacal que o acometeu desde que seu colega norte-americano partiu de Londres. Pois é, os ingleses estão dizendo que o primeiro-ministro deu para andar de fraldas.
Como se isso não bastasse, a ex-spice girl Victoria Beckham, mulher de sir David Beckham, teria removido um a um todos os pêlos daquela região corporal que é conhecida, aqui na terrinha, afetuosamente por "Cláudia Ohana" (em homenagem à edição da "Playboy" que mostrou a atriz nua), e que ingleses costumam chamar de "bush", ou seja, de arbusto. Freud, ou melhor, Masters e Johnson explicam.
Mas nada, nada do que eu possa revelar neste reduzido espaço se compara em bizarrice à declaração feita pelo canibal de Rotenburg, o alemão Armin Meiwes, de que, em 12 meses passeando pela internet, ele teria descoberto 430 pessoas dispostas a devorar alguém ou ser devoradas.
Pense bem: os radicais que se candidatam a morrer pela causa islâmica costumam ir pelos ares com a promessa de encontrar mil virgens na chegada ao paraíso e com a garantia de que seus familiares serão recompensados com status e dinheiro.
Já os candidatos a vítima do canibal recém-imprisionado na Alemanha, o que eles ganhariam em troca de seu sacrifício? A única dádiva que eu consigo conceber é uma viagem de luxo pela tubulação do banheiro em direção ao esgoto.
E por falar em esgoto, será implicância minha ou a cidade inteira está cheirando à "Eau de Gambá"? A fedorentina que antes estava localizada apenas na região da av. Eng. Luiz Carlos Berrini parece ter se espalhado pela redondeza. Em qualquer esquina dos endinheirados Jardins, basta a temperatura esquentar, para que o mau cheiro dê as caras.
Nossa querida São Paulo está dando dó. Veja, por exemplo, o Obelisco do Ibirapuera. De monumento histórico, foi transformado em acessório de suporte para os banners da empresa de telefonia Claro. Será que algum publicitário da Grã-Bretanha teria a pachorra de sugerir que a estátua de lorde Nelson, na londrina Trafalgar Square, fosse coberta por flâmulas da Vodafone?
E as decorações de Natal, por acaso o nobre leitor sabe dizer onde elas foram parar? Pois é, eu também não faço a mínima idéia.


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