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PMs suspeitos de simular seqüestro são denunciados
Promotoria pediu à Justiça a prisão preventiva dos quatro policiais da Rota
Simulação teria acontecido para justificar duas mortes de civis durante onda de ataques do PCC; empresário também foi denunciado
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público denunciou ontem à Justiça, e pediu a
prisão preventiva, de quatro
PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tida como a tropa de elite da polícia
paulista, pelo seqüestro e morte do presidiário Jefferson
Morgado Brito, 31, e do ex-detento José Feliz Ramalho, 44.
Os crimes atribuídos pelo
promotor público Marcelo Alexandre de Oliveira aos PMs -o
segundo-tenente Francisco
Carlos Laroca Júnior, 25, e seus
subordinados, o cabo Renato
Aparecido Russo, 31, e os soldados Alexandre de Lima Costa e
Marco Antônio Pinheiro, ambos de 36 anos- ocorreram em
13 de maio, durante a primeira
onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em Guarulhos
(Grande São Paulo).
Os policiais foram afastados
das ruas pelo Comando da PM.
A denúncia contra eles é a primeira por causa das 92 mortes
de civis cometidas por policiais
em supostas "resistências seguidas de morte" durante os
ataques. Entre os dias 12 e 19 de
maio, além dessas 92 mortes,
47 agentes das forças de segurança foram mortos em ataques atribuídos ao PCC.
"Os crimes foram cometidos
por motivo torpe, em ato típico
de grupo de extermínio, uma
vez que os policiais militares
pretendiam se vingar de indivíduos com antecedentes criminais, em razão dos ataques do
PCC contra as forças de segurança do Estado", afirmou o
promotor.
Além dos quatro PMs da Rota, o promotor também ofereceu denúncia e pediu a prisão
preventiva do empresário Rui
Rodrigues da Silva, 42, que estava no seu Audi A4 supostamente roubado por Ramalho e
Britto. Silva é amigo de dois
PMs de Guarulhos e, segundo
as investigações, teria ajudado
os policiais da Rota na armação
para tentar justificar os dois
homicídios.
Ramalho, segundo a Corregedoria da PM, foi visto por um
amigo quase duas horas antes
do suposto tiroteio contra os
PMs sendo colocado por um
policial dentro do carro da corporação. A prisão dele ocorreu
no centro de São Paulo, a mais
de 45 quilômetros do local do
tiroteio alegado pelos PMs.
A principal suspeita contra
os PMs e o empresário é a de
que Ramalho e Britto foram
presos em locais diferentes em
São Paulo e, mais tarde, levados
para Guarulhos, onde o empresário Silva, a pedido de amigos
PMs, teria se passado por vítima de um seqüestro relâmpago
supostamente praticado pelas
duas vítimas dos PMs.
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