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Programa contra analfabetismo enfrenta evasão e baixa freqüência
20% deixam o curso antes de terminá-lo; um terço falta de 2 a 3 vezes por semana
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Lançado em 2003 com a meta de erradicar o analfabetismo
de jovens e adultos no país, o
Brasil Alfabetizado tem registrado problemas com a evasão e
a baixa freqüência às aulas.
Cerca de 20% dos estudantes
deixam o curso antes de terminá-lo. Além disso, um terço falta de duas a três vezes por semana às aulas. Como o curso
tem duração de oito meses, as
faltas acabam comprometendo
o aprendizado.
Segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Ricardo
Henriques, a evasão não é
"inesperada" quando comparada a outros programas desse tipo. Ele destaca que não é possível comparar essa taxa ao ensino regular, em que a evasão do
ensino fundamental e médio
estava em 6,9% e 9,6%, respectivamente, em 2004. Em relação à freqüência, porém, o secretário diz que o resultado
"chama a atenção". "Nota-se a
vontade do aluno de ficar [no
curso], mas a dificuldade para
ficar. Temos que fazer ajustes
para mantê-los."
Continuidade
O secretário diz que uma das
preocupações do governo é que
jovens e adultos recém-alfabetizados possam continuar os
estudos. De acordo com dados
do Ministério da Educação,
cerca de 153 mil pessoas alfabetizadas continuaram a estudar.
Ontem, pela primeira vez, o
MEC divulgou resultados da
avaliação do Brasil Alfabetizado durante o seminário Diferentes Diferenças, que acontece até sexta-feira em Brasília.
A Pnad (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios)
deste ano já havia apontado
que o analfabetismo está caindo em ritmo mais lento.
Em 2002, a taxa era de 11,8%
e o número total de analfabetos
com mais de 15 anos de idade ficava em 14,8 milhões. Três anos
depois, a taxa caiu para 10,9% e
o número se reduziu em apenas
213 mil. Este ano, estão previstos cerca de R$ 217,1 milhões
para o programa, que já atendeu a cerca de 7,3 milhões de
pessoas.
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