São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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OLINDA RODRIGUES SAMPAIO (1911-2008)

Modesta, mas pioneira na psicologia

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Olinda Sampaio provavelmente ficaria brava se um texto sobre ela fosse publicado no jornal. "Era muito modesta, não gostava de aparecer", lembra o sobrinho.
Nascida em Descalvado, no interior de SP, morou um tempo em São Carlos. O pai era dono de uma selaria e morreu cedo após perder tudo o que tinha. Eram pobres.
A comida vinha do que era produzido no quintal de casa. "De que vale ser rica, se os ricos que conheci morreram aos 50 anos", brincava.
Dona Olinda viveu até terça, quando morreu aos 97, na capital, de insuficiência cardíaca, sem deixar filhos.
Ainda que modesta, foi uma das primeiras a trabalhar com psicologia no país.
Na casa dos 30, veio a SP, onde trabalhou como professora primária. Fez um curso de nutrição oferecido pelo Hospital das Clínicas.
Nos anos 40, foi convidada por Durval Marcondes (considerado o precursor da psicanálise no Brasil) a fazer trabalhos com crianças para um órgão de higiene mental ligado ao governo do Estado.
Chegou a se formar em ciências sociais e, na década de 60, quando o trabalho de psicólogo foi regulamentado, adquiriu registro profissional após um curso na PUC.
Aposentada, manteve uma clínica. Há 15 anos, começou a ter problemas de visão e audição -era sua tristeza. Mesmo assim, saia à rua e deixava os taxistas impressionados ao indicar rotas como se as estivesse vendo.

obituario@grupofolha.com.br


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