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TERCEIRA IDADE
Aposentada, que morreu ontem, foi achada desnutrida em casa no dia em que estatuto entrou em vigor
Filho é acusado de maus-tratos contra idosa
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
No mesmo dia em que entrou
em vigor o Estatuto do Idoso, a
Polícia Civil instaurou inquérito
contra um homem por submeter
a própria mãe a maus-tratos, em
Felixlândia (MG).
O lavrador Bento da Silva, 38,
pode ser o primeiro brasileiro indiciado com base no estatuto
-que começou a vigorar no sábado- e receber pena de até 12
anos de reclusão. Ele é acusado
pela polícia de maus-tratos contra
Idalina da Silva, 73.
A aposentada foi encontrada
pela polícia em situação degradante dentro da casa onde morava, na zona rural do município, e
morreu na manhã de ontem.
Segundo Geraldo Magela Frutuoso dos Santos, delegado titular
de Curvelo (MG), para onde o caso foi encaminhado, a polícia chegou à propriedade rural onde Silva morava com a mãe após uma
denúncia anônima na sexta-feira.
A aposentada foi encontrada
deitada em uma cama, aparentemente desnutrida, desidratada,
com restos de comida em suas
roupas e várias feridas. De acordo
com os policiais que estiveram no
local, ela tinha também larvas de
insetos espalhadas pelo corpo.
Idalina foi levada ainda na noite
de sexta para o hospital da cidade,
onde entrou em coma. Na manhã
de ontem, após sofrer uma parada
respiratória, morreu. O filho da
aposentada foi detido no sábado,
mas liberado no mesmo dia.
Segundo vizinhos disseram à
polícia, havia dois meses que a
aposentada não era vista.
Para o delegado, se for comprovada a negligência de Silva em
cuidar da mãe, ele pode responder a processo com base no Estatuto do Idoso. O artigo 99 do documento determina pena de reclusão de um a 12 anos para o crime de maus-tratos.
À polícia, Silva disse nunca ter
deixado de alimentar e assistir a
mãe, e que ela se negava a comer.
Outros dois casos de agressão a
idosos já foram registrados em
2004, ambos com morte.
No Rio, um jovem foi preso acusado de participação na morte de
um homem de 60 anos, deficiente
mental, anteontem.
Em Goiânia, no dia 1º -dois
dias antes de o estatuto entrar em
vigor-, João Gonçalves Damaceno Filho, 72, foi agredido por um
rapaz e morreu vítima de parada
respiratória após reclamar do volume do som de uma casa vizinha.
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