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Temporais causam 25 mortes no Estado do Rio
Situação é pior na região serrana, onde ainda pode haver pessoas desaparecidas
Instituto prevê que chuvas prosseguem até terça-feira em todo o Estado;
vice-governador sobrevoa as regiões mais atingidas
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Os temporais que atingem o
Sudeste há quatro dias já causaram a morte de pelo menos 25
pessoas no Estado do Rio. Em
São Paulo, foram três mortes
neste ano.
A situação é mais grave na região serrana do Rio. Em Nova
Friburgo (150 km do Rio), houve ao menos 11 vítimas. No município vizinho de Sumidouro,
oito morreram em desabamentos de encostas. Em Petrópolis
(65 km do Rio), houve três mortes. Em Teresópolis, duas.
Em todo o Estado, havia, até
a conclusão desta edição,
12.023 pessoas desalojadas (retiradas de casa por causa de riscos) e 1.468 desabrigadas (que
perderam suas casas).
Em Nova Friburgo, a Defesa
Civil estadual reconhece dez
mortes -nove em desmoronamentos e um afogamento-,
mas Corpo de Bombeiros local
anunciou à noite mais um morto: Sebastião de Lima, 56. Moradores falam que ainda há desaparecidos. A identidade das
outras vítimas não foi divulgada. São cinco homens, duas
mulheres e três crianças.
Em Sumidouro (175 km do
Rio), a Defesa Civil divulgou
que morreram num desabamento de encosta, numa área
rural, Cilene Gonçalves, 40, e
Natanael Pereira, 33. Anteontem, o carro em que viajavam
Emanuel Silveira, 54, e seu filho Marcelo de Melo, 21, também foi soterrado. Os dois morreram. A Defesa Civil não divulgou informações sobre os outros quatro mortos.
Paraíba do Sul
As chuvas fortes também
atingem o norte e o noroeste
fluminenses. Em Campos (280
km do Rio), o rio Paraíba do Sul
alagou pastos e ameaça inundar os bairros residenciais. Na
vizinha São Fidélis, há 4.304
desalojados pelas enchentes.
Outra área bastante atingida
é a Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio. Em
Queimados, na terça-feira,
ocorreu a primeira morte na
atual temporada de chuvas.
Por ordem do governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB), o
vice-governador e secretário de
Obras, Luiz Fernando Pezão,
sobrevoou as áreas mais castigadas. Cabral Filho também
determinou ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes,
que percorra o interior a fim de
comandar o socorro às vítimas.
Até agora, há oito feridos (cinco
na serra e três na Baixada).
"O vice-governador solicitou
e eu autorizei decretar emergência em algumas áreas para
convocação de tratores e outros equipamentos para recuperar estradas e ajudar as cidades e as famílias", afirmou.
Na capital fluminense, embora persistentes, as chuvas
não fizeram vítimas nem causaram transtornos mais graves.
De acordo com o Instituto de
Meteorologia, as chuvas deverão continuar atingindo o Estado até terça-feira. Para hoje, a
previsão é de tempo de claro a
parcialmente nublado, com
pancadas fortes ao longo do dia.
As últimas chuvas fortes no
Estado foram em dezembro de
2001, quando houve 43 mortes
no Rio e 28 em Petrópolis.
Em Minas, o sul é a região
mais afetada pelas chuvas neste
início de ano. De acordo com o
Inmet, nos cinco primeiros
dias de janeiro choveu 69% do
esperado para o mês.
Ontem, foi encontrado o corpo de um homem que estava
desaparecido desde a noite de
quinta-feira, após ser levado
pelo rio Itaibuna, em Matias
Barbosa (271 km de BH). A Defesa Civil do Estado ainda não
confirmou se a morte de Gilliard Caetano Matias, 24, foi
causada pelas chuvas.
O Ministério da Integração
Nacional informou ontem que
serão liberados R$ 57 milhões
para ações em áreas de desastres naturais, dois quais R$ 17
milhões serão destinados às vítimas das chuvas. Os outros R$
40 milhões irão para operação
do Exército que atende 260
municípios de seis Estados
nordestinos afetados pela seca.
Colaboraram JANAINA LAGE, da Sucursal do
Rio, e RENATA BAPTISTA, da Agência Folha
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