São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Juiz recorre a escolta após ameaça de bandidos

Decisões do magistrado prejudicaram políticos

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM

Há mais de um ano e meio que Mauro Antony, um juiz criminal de Manaus (AM), não sabe o que é ir a um show ou a um barzinho.
O impedimento é uma recomendação do grupo de policiais de elite que o acompanha 24 horas por dia.
A escolta começou quando decisões do magistrado prejudicaram políticos acusados de envolvimento com o crime organizado no Amazonas, que é uma das principais rotas do tráfico de drogas na fronteira brasileira.
Foi Antony quem mandou prender o ex-deputado estadual Wallace Souza (PP) -morto em 2010, após uma parada cardíaca.
Souza era suspeito de envolvimento com o narcotráfico e de mostrar, em um programa de TV, "reportagens exclusivas" sobre assassinatos que seu próprio grupo cometia, segundo a polícia.
O juiz também mandou prender, pelas mesmas suspeitas, um irmão do parlamentar: Carlos Souza (PP), que era vice-prefeito de Manaus e foi eleito em 2010 deputado federal.
Outro irmão, o então vereador em Manaus Fausto Souza (PRTB), chegou a ser afastado de suas funções por ordem do juiz, mas depois conseguiu se eleger para a Assembleia Legislativa.
Foi quando começou a sentenciar a família -que sempre negou qualquer envolvimento com o crime organizado- que Antony passou a andar escoltado, preventivamente.
São três ou quatro homens da Fera (Força Especial de Resgate a Assalto), a tropa de elite da Polícia Civil local.
Vigiam as entradas de onde Antony estiver. Mesmo quando está de férias (como agora), o acompanham.
"No começo foi difícil", afirmou o juiz, um ex-modelo de 45 anos. "Mas depois eu me acostumei."


Texto Anterior: Foco: Árvore acorrentada não corre risco de cair, diz prefeitura
Próximo Texto: Drogas: Novo ministro quer referendo sobre descriminalização
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.