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Juiz recorre a escolta após ameaça de bandidos
Decisões do magistrado prejudicaram políticos
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Há mais de um ano e meio
que Mauro Antony, um juiz
criminal de Manaus (AM),
não sabe o que é ir a um show
ou a um barzinho.
O impedimento é uma recomendação do grupo de policiais de elite que o acompanha 24 horas por dia.
A escolta começou quando decisões do magistrado
prejudicaram políticos acusados de envolvimento com
o crime organizado no Amazonas, que é uma das principais rotas do tráfico de drogas na fronteira brasileira.
Foi Antony quem mandou
prender o ex-deputado estadual Wallace Souza (PP)
-morto em 2010, após uma
parada cardíaca.
Souza era suspeito de envolvimento com o narcotráfico e de mostrar, em um programa de TV, "reportagens
exclusivas" sobre assassinatos que seu próprio grupo cometia, segundo a polícia.
O juiz também mandou
prender, pelas mesmas suspeitas, um irmão do parlamentar: Carlos Souza (PP),
que era vice-prefeito de Manaus e foi eleito em 2010 deputado federal.
Outro irmão, o então vereador em Manaus Fausto
Souza (PRTB), chegou a ser
afastado de suas funções por
ordem do juiz, mas depois
conseguiu se eleger para a
Assembleia Legislativa.
Foi quando começou a
sentenciar a família -que
sempre negou qualquer envolvimento com o crime organizado- que Antony passou a andar escoltado, preventivamente.
São três ou quatro homens
da Fera (Força Especial de
Resgate a Assalto), a tropa de
elite da Polícia Civil local.
Vigiam as entradas de onde Antony estiver. Mesmo
quando está de férias (como
agora), o acompanham.
"No começo foi difícil",
afirmou o juiz, um ex-modelo
de 45 anos. "Mas depois eu
me acostumei."
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