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Microônibus compete com lotação no ABC
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
Os microônibus legalizados
competem com as lotações clandestinas na Grande São Paulo. Foi
a forma encontrada pelas prefeituras do ABC para superar as peruas nas ruas, no item rapidez.
Mais de cem ônibus de pequeno
porte, com capacidade para no
máximo 21 passageiros, circulam
hoje pelos municípios da região
metropolitana da capital.
Há um pacto informal entre
prefeitos para não permitir a regularização dos perueiros nas do
ABC -São Bernardo do Campo,
São Caetano do Sul, Santo André,
Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e
Rio Grande da Serra.
Levantamento da Folha nas sete
maiores cidades da Grande São
Paulo mostra que 5.000 lotações
exploram irregularmente o transporte de passageiros. Se somados
aos 20 mil de São Paulo, segundo
a SPTrans, as lotações clandestinas chegam aos 25 mil.
""As ações não foram isoladas.
Houve todo um conjunto de política de transporte", disse Marcos
Bicallho, 43, superintendente da
EPT (Empresa Pública de Transporte) de Santo André, que gerencia o sistema de coletivo.
Além da compra de 62 microônibus, adquiridos pelas permissionários das linhas, a prefeitura
aumentou o valor das multas e intensificou a fiscalização.
O resultado da competição com
os microônibus no ABC, somado
à repressão dos fiscais, é a migração de perueiros para São Paulo,
onde o serviço está para ser regulamentado pela prefeitura.
Em São Bernardo, a prefeitura
planeja quintuplicar a frota de microônibus até o final do ano. Hoje,
20 rodam pela cidade, cobrando a
mesma tarifa do ônibus (R$ 1,15).
""Colocamos os microônibus nas
linhas com maior incidência de
perueiros e conseguimos conter o
avanço das lotações", disse Odilon Soares de Oliveira, 62, diretor-presidente da ETC (Empresa de
Transporte Coletivo de São Bernardo do Campo).
Aumento
Se o microônibus e a fiscalização juntos são apontados como
responsáveis pelo fim do transporte clandestino, a legalização
parece surtir efeito contrário.
Em Guarulhos, a prefeitura deu
permissão de trabalho a 536 perueiros e agora pensa em rever a
autorização por causa dos protestos da categoria por mais vagas.
O setor de fiscalização estima
que o número de clandestinos
chega a 3.000. Com as multas, de
cerca de R$ 4.000 cada, a quantidade diminuiu, mas preocupa.
Os protestos este ano terminaram com quatro ônibus incendiados, um perueiro morto pela PM
e um cobrador ferido. Como em
São Paulo, a prefeitura está armando a guarda-civil para enfrentar os perueiros.
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