São Paulo, #!L#Domingo, 06 de Fevereiro de 2000


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Microônibus compete com lotação no ABC

ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local

Os microônibus legalizados competem com as lotações clandestinas na Grande São Paulo. Foi a forma encontrada pelas prefeituras do ABC para superar as peruas nas ruas, no item rapidez.
Mais de cem ônibus de pequeno porte, com capacidade para no máximo 21 passageiros, circulam hoje pelos municípios da região metropolitana da capital.
Há um pacto informal entre prefeitos para não permitir a regularização dos perueiros nas do ABC -São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Levantamento da Folha nas sete maiores cidades da Grande São Paulo mostra que 5.000 lotações exploram irregularmente o transporte de passageiros. Se somados aos 20 mil de São Paulo, segundo a SPTrans, as lotações clandestinas chegam aos 25 mil.
""As ações não foram isoladas. Houve todo um conjunto de política de transporte", disse Marcos Bicallho, 43, superintendente da EPT (Empresa Pública de Transporte) de Santo André, que gerencia o sistema de coletivo.
Além da compra de 62 microônibus, adquiridos pelas permissionários das linhas, a prefeitura aumentou o valor das multas e intensificou a fiscalização.
O resultado da competição com os microônibus no ABC, somado à repressão dos fiscais, é a migração de perueiros para São Paulo, onde o serviço está para ser regulamentado pela prefeitura.
Em São Bernardo, a prefeitura planeja quintuplicar a frota de microônibus até o final do ano. Hoje, 20 rodam pela cidade, cobrando a mesma tarifa do ônibus (R$ 1,15). ""Colocamos os microônibus nas linhas com maior incidência de perueiros e conseguimos conter o avanço das lotações", disse Odilon Soares de Oliveira, 62, diretor-presidente da ETC (Empresa de Transporte Coletivo de São Bernardo do Campo).

Aumento
Se o microônibus e a fiscalização juntos são apontados como responsáveis pelo fim do transporte clandestino, a legalização parece surtir efeito contrário.
Em Guarulhos, a prefeitura deu permissão de trabalho a 536 perueiros e agora pensa em rever a autorização por causa dos protestos da categoria por mais vagas.
O setor de fiscalização estima que o número de clandestinos chega a 3.000. Com as multas, de cerca de R$ 4.000 cada, a quantidade diminuiu, mas preocupa.
Os protestos este ano terminaram com quatro ônibus incendiados, um perueiro morto pela PM e um cobrador ferido. Como em São Paulo, a prefeitura está armando a guarda-civil para enfrentar os perueiros.




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