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INUNDAÇÕES
Região foi a mais afetada pelas chuvas em janeiro; verba do Estado só será usada na Grande SP
Plano antienchente de Covas exclui Vale
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale
O Plano Plurianual do Estado
de São Paulo relativo ao período
2000-2003 exclui o Vale do Paraíba do programa orçado em R$ 1,3
bilhão para prevenir inundações.
A região foi a mais afetada no
Estado pelas chuvas do mês passado. A elevação do nível do rio
Paraíba do Sul e de seus afluentes
alagou várias cidades e deixou
mais de 10 mil desabrigados.
Os municípios do Vale, alegando falta de recursos, também não
realizaram nenhum investimento
na prevenção de novas enchentes.
O planejamento estadual, por
sua vez, prevê a execução de obras
antienchentes apenas na capital e
em cidades vizinhas.
No rio Tietê, o PPA prevê o rebaixamento da calha do rio entre
a foz do rio Pinheiros e a barragem da Penha (extensão de 24,5
km) e a implantação de reservatórios de contenção (piscinões) na
Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.
"É uma lástima que isso tenha
sido feito", disse o prefeito de
Queluz, José Edson Torino
(PMDB), sobre a exclusão do Vale
do Paraíba do plano.
Na cidade, a cheia do rio Paraíba atingiu mais de 2.300 pessoas,
danificou 268 casas e destruiu outras 16. No último dia 3, o prefeito
decidiu manter a decretação de
estado de emergência. "O cenário
aqui ainda é sério", disse.
No dia 6 de janeiro, durante visita a Campos do Jordão, onde
morreram dez pessoas em razão
das chuvas, o governador Mário
Covas disse que o Estado não investiu em prevenção no Vale porque o alagamento era uma característica da região.
Segundo Covas, foram gastos
R$ 540 milhões em quatro anos
no combate a enchentes, a maior
parte na capital paulista.
De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão responsável pela execução das obras, o Estado só descobriu no mês passado que os sistemas de reservatórios da Bacia
do Paraíba não eram suficientes
para conter os alagamentos.
Sem a previsão de investimentos no Plano Plurianual, o governo do Estado ainda vai tentar captar com organismos internacionais cerca de R$ 40 milhões para
construir reservatórios.
O PPA foi entregue na última
quarta-feira à Assembléia Legislativa pelo secretário de Estado do
Planejamento, André Franco
Montoro Filho. O projeto tem que
ser apreciado pelos deputados estaduais até junho deste ano e deverá sofrer emendas de parlamentares, interessados em direcionar verbas para suas regiões.
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