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SAÚDE
Falta de médicos nos postos provoca sobrecarga
Hospitais apóiam medida do HC de deixar de atender casos simples
DA REPORTAGEM LOCAL
Grandes hospitais de São Paulo
apóiam a medida defendida pelo
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de eliminar o atendimento dos casos simples, que poderiam ser tratados
no posto de saúde. Há o entrave,
no entanto, na má situação da rede básica, que impede uma mudança imediata, afirmam.
"O que o HC colocou é o desejo
de todos os hospitais terciários. O
que nos sufoca é o primeiro atendimento, que deveria ser feito nos
postos. Mas precisamos que a rede básica esteja preparada", afirma Maria Cristina Lourenço, diretora-clínica do Hospital Santa
Marcelina, o maior da zona leste.
O HC pressiona a prefeitura para poder, ainda neste mês, extinguir a linha telefônica que possibilita aos próprios pacientes a marcação de consultas. Quer criar um
número exclusivo para os postos
de saúde. Hoje, a maioria das pessoas que liga para o hospital
-são 20 mil tentativas diárias em
busca de uma consulta- não
consegue atendimento.
Assim como o HC, o Santa Marcelina vem discutindo há mais de
um ano com a prefeitura solução
para a sobrecarga de pacientes
que têm, por exemplo, uma dor
de cabeça ou um corte no pé.
De acordo com Lourenço, a falta de médicos nos postos de saúde
da região é a principal causa da
sobrecarga da unidade.
O Santa Marcelina cedeu 19 médicos das áreas básicas -ginecologia, pediatria e clínica-geral-
para postos de saúde da área.
Mas, de acordo com Lourenço, o
alívio foi temporário devido à manutenção dos problemas na rede.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que mantém conversas com o Estado, para organizar
o novo sistema. Segundo a pasta,
a mudança tem de ser gradual e
não tem prazo. Ela promete abrir,
em breve, um concurso para 900
vagas.
(FABIANE LEITE)
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