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PALACE 2
Ninguém recorreu, disse ele
Presidente do TJ do Rio defende ação de juiz
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro, Miguel
Pachá, defendeu ontem a atuação
dos juízes do Rio no processo
contra o ex-deputado Sérgio Naya, mas afirmou que, se ficar comprovada alguma irregularidade,
levará o caso ao Conselho de Magistratura, órgão disciplinador do
tribunal. Disse também estranhar
o "estardalhaço" feito na imprensa pelos advogados da Associação
das Vítimas do Edifício Palace 2.
Desde terça-feira, a associação e
seus advogados têm levantado
suspeitas a respeito dos atos do
juiz Alexander Macedo, que era
responsável pelo caso. O Palace 2
desabou em fevereiro de 1998,
matando oito pessoas. Desde então, apenas 73 de um total de 170
famílias já foram indenizadas.
A associação e seus advogados
afirmam que Macedo desbloqueou bens de Naya sem consentimento do Ministério Público e
sem benefício para as vítimas.
"Causa-me muita estranheza o
fato de os advogados discutirem a
decisão judicial pelos jornais,
quando não temos notícia de recursos apresentados pelas partes", afirmou ontem Pachá.
O advogado da associação das
vítimas, Eduardo Lutz, afirma
que não apresentou recurso para
não atrasar ainda mais o processo. Ele diz, no entanto, que em
2002 chamou um feito à ordem
(instrumento jurídico pelo qual o
advogado denuncia irregularidades) para o juiz Macedo.
O promotor Rodrigo Terra, que
acompanha o caso do Palace 2,
afirmou que não poderia apresentar recurso de uma decisão da
qual não tomou conhecimento.
Terra disse que o Ministério Público estuda pedir a prestação de
contas de todos os desbloqueios.
O juiz Macedo, em sua defesa,
diz que o desbloqueio dos bens foi
feito com conhecimento do Ministério Público, exceto nos casos
em que era necessário urgência.
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