São Paulo, quarta-feira, 06 de fevereiro de 2008

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Governo do Rio libera R$ 3 milhões após desabamentos

O governador Sérgio Cabral visitou ontem Itaipava, área atingida pelos desmoronamentos, e anunciou verba para Petrópolis

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

RAQUEL ABRANTES
ENVIADA ESPECIAL A ITAIPAVA

Sessenta horas depois dos primeiros desmoronamentos de terra que causaram nove mortes em Petrópolis, região serrana do Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) esteve ontem no distrito de Itaipava, a 80 km do Rio, e liberou R$ 3 milhões para a cidade.
Segundo Cabral, 600 famílias já foram atendidas com cestas básicas, água mineral, cobertores, colchonetes e medicamentos. Ele calcula que as perdas na agricultura foram de cerca de R$ 1,2 milhão.
Antes de anunciar a ajuda, Cabral sobrevoou de helicóptero a área mais atingida pelas chuvas, mas não pousou. Ele esteve nas noites de domingo e segunda no sambódromo e confirmou que viajaria ontem à noite para os Estados Unidos, onde fica até terça-feira.
Ao ser questionado por que só apareceu em Itaipava dois dias depois dos desabamentos, o governador se disse ofendido. "Primeiro, é o Estado socorrendo. Estou aqui agora para sentar com ele [prefeito], fazer uma avaliação e ver o que é possível ser feito a mais do que estamos fazendo. (...) O governador está aqui presente e perguntar por que só estou aqui hoje é uma indelicadeza."
Cabral afirmou que o governo federal vai decretar estado de emergência da BR-495, que liga Petrópolis a Teresópolis. Após a reunião, o governador analisou a tragédia. "A causa, além de uma tromba d'água nunca vista, tem muito a ver também com empresas que fizeram assoreamento nos rios e condomínios de classe alta que fizeram barbaridades. O problema das ocupações irregulares não é só de gente pobre."
No domingo, ele havia atribuído os problemas às ocupações irregulares nas encostas. "Cada vez que houver uma ocupação [irregular], se o poder público não souber dizer não, acarreta uma tragédia como essa." Ontem, o comandante da Defesa Civil do Estado, coronel Djalma Souza Filho, disse que apenas cerca de metade das construções vistoriadas eram irregulares.
A Defesa Civil disse não ter registrado nenhum novo desabamento até a tarde de ontem. A chuva havia parado.
Em balanço divulgado à tarde, a prefeitura disse que entre 350 e 470 famílias tiveram que deixar suas casas. Destas, 19 tiveram de ir para abrigos. A Defesa Civil do Estado disse ter contabilizado 150 pessoas desabrigadas -que tiveram que ser amparadas pelo poder público- e 2.000 desalojadas -que foram para casas de conhecidos ou hotéis.
As famílias que estão em abrigos montados em duas escolas municipais começaram ontem a ser transferidas para casas alugadas pelo município.
A prefeitura disse também estar vacinando e medicando contra hepatite e leptospirose -comuns após enchentes.


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