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Governo do Rio libera R$ 3 milhões após desabamentos
O governador Sérgio Cabral visitou ontem Itaipava, área atingida pelos desmoronamentos, e anunciou verba para Petrópolis
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
RAQUEL ABRANTES
ENVIADA ESPECIAL A ITAIPAVA
Sessenta horas depois dos
primeiros desmoronamentos
de terra que causaram nove
mortes em Petrópolis, região
serrana do Rio, o governador
Sérgio Cabral (PMDB) esteve
ontem no distrito de Itaipava, a
80 km do Rio, e liberou R$ 3 milhões para a cidade.
Segundo Cabral, 600 famílias
já foram atendidas com cestas
básicas, água mineral, cobertores, colchonetes e medicamentos. Ele calcula que as perdas na
agricultura foram de cerca de
R$ 1,2 milhão.
Antes de anunciar a ajuda,
Cabral sobrevoou de helicóptero a área mais atingida pelas
chuvas, mas não pousou. Ele
esteve nas noites de domingo e
segunda no sambódromo e
confirmou que viajaria ontem à
noite para os Estados Unidos,
onde fica até terça-feira.
Ao ser questionado por que
só apareceu em Itaipava dois
dias depois dos desabamentos,
o governador se disse ofendido.
"Primeiro, é o Estado socorrendo. Estou aqui agora para sentar com ele [prefeito], fazer
uma avaliação e ver o que é possível ser feito a mais do que estamos fazendo. (...) O governador está aqui presente e perguntar por que só estou aqui
hoje é uma indelicadeza."
Cabral afirmou que o governo federal vai decretar estado
de emergência da BR-495, que
liga Petrópolis a Teresópolis.
Após a reunião, o governador
analisou a tragédia. "A causa,
além de uma tromba d'água
nunca vista, tem muito a ver
também com empresas que fizeram assoreamento nos rios e
condomínios de classe alta que
fizeram barbaridades. O problema das ocupações irregulares não é só de gente pobre."
No domingo, ele havia atribuído os problemas às ocupações irregulares nas encostas.
"Cada vez que houver uma ocupação [irregular], se o poder
público não souber dizer não,
acarreta uma tragédia como essa." Ontem, o comandante da
Defesa Civil do Estado, coronel
Djalma Souza Filho, disse que
apenas cerca de metade das
construções vistoriadas eram
irregulares.
A Defesa Civil disse não ter
registrado nenhum novo desabamento até a tarde de ontem.
A chuva havia parado.
Em balanço divulgado à tarde, a prefeitura disse que entre
350 e 470 famílias tiveram que
deixar suas casas. Destas, 19 tiveram de ir para abrigos. A Defesa Civil do Estado disse ter
contabilizado 150 pessoas desabrigadas -que tiveram que
ser amparadas pelo poder público- e 2.000 desalojadas
-que foram para casas de conhecidos ou hotéis.
As famílias que estão em
abrigos montados em duas escolas municipais começaram
ontem a ser transferidas para
casas alugadas pelo município.
A prefeitura disse também
estar vacinando e medicando
contra hepatite e leptospirose
-comuns após enchentes.
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