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foco
Com suíte de R$ 15 mil, novo hotel-butique na al. Santos ressuscita antigo Sheraton
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um relógio Rolex de um metro de raio pendurado sobre a
porta de um dos elevadores do
saguão faz os operários correrem contra o tempo. Ele marca a hora da inauguração do
mais novo hotel-butique de
São Paulo, prevista para o dia
15 deste mês.
Lá já existiram um Sheraton, um Meliá, e agora surge
um Tivoli, de bandeira portuguesa, no mesmo prédio da
alameda Santos com a praça
Alexandre de Gusmão, com
vista do parque Trianon e da
silhueta dos prédios dos Jardins e da avenida Paulista.
A abertura do novo hotel
cinco estrelas vem na esteira
da mudança do perfil da hotelaria da região central, que ao
mesmo tempo em que perdeu
ícones como o Caesar Park da
rua Augusta, o Crowne Plaza
da Frei Caneca, o Hilton da
avenida Ipiranga e o Othon do
viaduto do Chá, ganhou hotéis-design como o Emiliano e
o Fasano e opções baratas das
redes Ibis e Formule 1.
O prédio, construído na década de 1980 e de propriedade
da família Mofarrej, foi arrendado aos portugueses do Tivoli por 20 anos em troca de uma
reforma de R$ 9 milhões. São
220 apartamentos em 23 andares que receberam tudo novo, do banheiro aos colchões.
Na suíte presidencial de uns
750 m2 (a R$ 15 mil a diária),
que o hotel diz ser a maior da
América Latina, já se hospedaram Michael Jackson, Tina
Turner, o espanhol José Luis
Zapatero, o argentino Carlos
Menem, a rainha Sílvia da
Suécia (que deu até festa) e o
príncipe Naruhito do Japão, o
último a apagar as luzes antes
da reforma de sete meses.
"O conceito é outro, quero
um hotel voltado para o mercado do luxo", explica a dona,
Carín Mofarrej, que aponta
uma parede forrada de ladrilho: "Está muito requintado".
Entre os mimos para os hóspedes estão mordomos para
fazer e desfazer as malas, engraxates nos quartos, cafeteiras de R$ 2.000 no frigobar e
oito massoterapeutas trazidas
da Tailândia para o spa. A diária vai de R$ 650 a R$ 2.500.
"Para cada 20 hotéis que
abrem, um ou outro fechou. O
que mais recebo são estrangeiros querendo comprar hotéis prontos em São Paulo e
não tenho", afirma Caio Luiz
de Carvalho, presidente da
SPTuris. "Diretores do Four
Seasons estiveram aqui na semana passada para negociar a
entrada do grupo no Brasil."
Segundo ele, a rede hoteleira paulista tem hoje 46 mil
quartos, o dobro do Rio e mil a
mais que Nova York. A poucas
quadras do novo Tivoli, na
mesma alameda Santos, ficam
o Renaissance, o Tulip e o Intercontinental, redes concorrentes estrangeiras.
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