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ALAYDE PATARRA DE ARRUDA CAMARGO (1905-2010)
O jardim medicinal e as leituras de dona Bibi, 104
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dona Bibi, lúcida até o mês
passado em seus longos 104
anos de vida, adorava uma
conversa. Espirituosa e bem
informada, Alayde Patarra de
Arruda Camargo era uma espécie de avó adotiva de muitos, como se recorda o neto
Carlos Alberto, publicitário.
Os amigos, muitos na casa
dos 40/50 anos, procuravam-na só para ouvi-la falar. Culta,
ela costumava ler de tudo,
com a ajuda de uma lupa.
Era autodidata e contava
que, antigamente, lia até o dicionário. Inclusive, dava-se
bem com o italiano, aprendido nas revistas de crochê.
Nascida em Leme, a 188 km
de São Paulo, casou-se com
João Baptista de Arruda Camargo, um dentista. Teve
quatro filhos, todos com três
letras no nome: Lia, Hed, Cid
e Ary. Dois deles foram também dentistas, mas a profissão parou por aí na família.
Por um tempo, viveu em
Santos (SP) e na capital. Há
cerca de 40 anos, voltara para
sua terra natal, onde morava
ultimamente com a filha. Habilidosa nos trabalhos manuais -tricô e crochê-, adorava ainda jardinagem.
No jardim em casa, estava
sempre colhendo plantinhas
e era adepta de ervas medicinais. Ao saber de problemas
de saúde na família, logo indicava um bom xarope.
Matriarca da família, era
festeira e até os 103 anos comemorou o aniversário.
Morreu ontem, aos 104
anos, de falência múltipla de
órgãos. Teve quatro filhos,
netos, bisnetos e trinetos.
O enterro será realizado
hoje, às 9h, no cemitério municipal de Leme.
coluna.obituario@uol.com.br
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