São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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ALAYDE PATARRA DE ARRUDA CAMARGO (1905-2010)

O jardim medicinal e as leituras de dona Bibi, 104

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dona Bibi, lúcida até o mês passado em seus longos 104 anos de vida, adorava uma conversa. Espirituosa e bem informada, Alayde Patarra de Arruda Camargo era uma espécie de avó adotiva de muitos, como se recorda o neto Carlos Alberto, publicitário.
Os amigos, muitos na casa dos 40/50 anos, procuravam-na só para ouvi-la falar. Culta, ela costumava ler de tudo, com a ajuda de uma lupa.
Era autodidata e contava que, antigamente, lia até o dicionário. Inclusive, dava-se bem com o italiano, aprendido nas revistas de crochê.
Nascida em Leme, a 188 km de São Paulo, casou-se com João Baptista de Arruda Camargo, um dentista. Teve quatro filhos, todos com três letras no nome: Lia, Hed, Cid e Ary. Dois deles foram também dentistas, mas a profissão parou por aí na família.
Por um tempo, viveu em Santos (SP) e na capital. Há cerca de 40 anos, voltara para sua terra natal, onde morava ultimamente com a filha. Habilidosa nos trabalhos manuais -tricô e crochê-, adorava ainda jardinagem.
No jardim em casa, estava sempre colhendo plantinhas e era adepta de ervas medicinais. Ao saber de problemas de saúde na família, logo indicava um bom xarope.
Matriarca da família, era festeira e até os 103 anos comemorou o aniversário.
Morreu ontem, aos 104 anos, de falência múltipla de órgãos. Teve quatro filhos, netos, bisnetos e trinetos.
O enterro será realizado hoje, às 9h, no cemitério municipal de Leme.

coluna.obituario@uol.com.br


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