São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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Protesto pára a Dutra e causa 28 km de congestionamento

JULIANA MONACHESI
da Reportagem Local

Moradores de Guarulhos interditaram ontem a rodovia Dutra durante quatro horas para protestar contra o estrago provocado pela chuva de quinta-feira à noite.
A manifestação aconteceu na altura do quilômetro 216 e reuniu 300 pessoas, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O congestionamento chegou a 14 km em cada um dos sentidos da pista.
Segundo o diretor de obras da NovaDutra, Leonardo Vianna, a obra que está sendo realizada no local pela concessionária não agravou os efeitos da chuva, o que era uma das alegações dos moradores.
O empresário Francisco Silva, 39, ficou preso no trânsito das 11h até as 15h, quando a pista no sentido Rio-SP foi liberada. Ele perdeu uma reunião com clientes em São Paulo e precisou cancelar o vôo que sairia às 15h30 de Congonhas.
Silva considerou absurdo os moradores protestarem fechando uma rodovia importante como a Dutra. "Quem está aqui parado não tem nada a ver com o problema deles", disse.
No bairro Jardim Verônica, (zona leste), seis famílias ficaram desabrigadas e perderam tudo na enchente. Os moradores amanheceram limpando suas casas e os objetos que a enxurrada não carregou. Revoltados, interditaram a avenida Dr. Assis Ribeiro em protesto, exigindo a pavimentação das ruas próximas ao córrego que provocou a enchente.
A casa de José Carlos Batista Ribeiro, 42, onde moravam 15 pessoas, ficou destruída. O teto desabou e o portão foi arrastado.
Segundo a irmã de José, Ivonete Antonio de Jesus, 33, que morava na mesma casa, os bombeiros lacraram toda a área na quinta à noite e só os deixaram entrar ontem de manhã, depois de derrubarem paredes que ameaçavam cair.
Moradores da Cohab Haroldo Veloso atearam fogo em móveis e outros pertences inutilizados pela água lamacenta do córrego Baquirivu, que inundou a região, e montaram pelo menos três barricadas nas entradas do bairro.
A maior delas estava colocada na esquina das avenidas Candeia e Jamil João Zarif, que naquele momento eram usadas como rotas alternativas à Dutra, interditada nos dois sentidos naquele momento.
Os moradores reivindicam a canalização do córrego.


Colaborou Marcelo Oliveira, da Reportagem Local


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