São Paulo, terça-feira, 06 de março de 2001

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Ex-funcionários do Carrefour negam ter chamado traficantes

DA SUCURSAL DO RIO

Três ex-funcionários do supermercado Carrefour em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, negaram ontem, em depoimento à Justiça, a acusação de terem entregue duas mulheres a traficantes para que eles as punissem pelo furto de frascos de protetor solar, no dia 27 de janeiro. De acordo com a advogada dos três acusados, Maria de Lourdes Barbosa, a acusação é "fantasiosa".
Segundo a advogada, os ex-fiscais de loja Flávio Augusto Grachet e José Luís Alcântara e o ex-gerente de segurança Tadeu Mendonça Pinto, que estão presos preventivamente, disseram na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá que eram orientados pela direção do supermercado a não registrar na polícia as ocorrências de furto.
Cerca de 40 parentes dos acusados realizaram, em frente ao Fórum de Campinho (zona norte do Rio), uma manifestação de apoio aos ex-funcionários do Carrefour. O ato contou com a adesão de funcionários uniformizados do supermercado.
Os manifestantes também negaram a acusação, feita pelas desempregadas Geni Ribeiro Barbosa, 27, e Andréa Cristina dos Santos, 30, de que Geni teria sido entregue a traficantes da Cidade de Deus, favela vizinha ao supermercado, e torturada.
A denúncia dos três ex-funcionários, sob as acusações de tentativa de homicídio qualificado e tortura psicológica, foi baseada no depoimento das duas mulheres, no exame de corpo de delito de Geni e no depoimento do dono da tabacaria de onde Andréa telefonou para a polícia, pedindo ajuda para resgatar a amiga.
Grachet, Alcântara e Pinto foram demitidos depois que uma perícia contratada pelo Carrefour constatou adulteração nas fitas de vídeo do circuito interno de segurança. As imagens do vídeo, requisitado pela polícia, eram interrompidas quando as mulheres estavam na sala dos seguranças, após a devolução dos produtos.

Carrefour
A administração central do Carrefour negou que houvesse orientação aos funcionários da empresa em Jacarepaguá para não registrar na polícia casos de furtos.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa informou que a filial, que trabalhava sob a marca Continente/Market Place, passou a obedecer às regras da empresa quando assumiu a sua bandeira.
Essas regras, segundo a assessoria, determinam que a polícia seja chamada em caso de pessoas flagradas furtando.


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