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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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Para o presidente do sindicato patronal, redução no número de veículos pode afetar até 10 mil trabalhadores

Empresários de ônibus falam em demissões

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo tendo entregue os envelopes para disputar a licitação dos ônibus em São Paulo, os empresários paulistanos ainda reivindicam mudanças e acentuam as ameaças de demissões.
O presidente do Transurb (sindicato patronal), Sérgio Pavani, disse ontem que a licitação deve levar à redução do número de veículos na capital paulista e que até 10 mil trabalhadores (20% da categoria) podem ser afetados.
"Tentaremos manter a quantidade de empregados. Se tiver que haver demissão, vamos sentar com os trabalhadores, ver como proceder e levar ao poder público essa situação", afirmou Pavani. "Podem ser 10 mil, assim como pode haver um remanejamento e que não haja esse desemprego."
O discurso coincide com as críticas do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus à implantação do novo modelo de transporte, que já resultaram em protestos e paralisações na capital paulista.
Os empresários projetam esses números a partir do corte de 10 mil para 7.800 na frota de ônibus. A maior discussão, porém, se refere aos trabalhadores de viações que estão sob intervenção da prefeitura -como as do grupo Romero Teixeira Niquini, que teve seus contratos rompidos em setembro do ano passado.
A prefeitura estima que 17% da frota atual esteja sob a sua administração. A Folha apurou que as viações até aceitam discutir a inclusão desses funcionários no futuro sistema, mas não admitem assumir os passivos trabalhistas.
O presidente do Transurb disse ontem que as planilhas das empresas apontam para uma situação deficitária no novo sistema de transporte. Voltou a afirmar que elas só não deixam São Paulo porque não teriam nem como pagar as dívidas trabalhistas.
"Pelos nossos cálculos, não há tecnicamente viabilidade econômica. A prefeitura diz que há. Vamos ver no que vai dar", disse.
Segundo Pavani, as viações vão negociar mudanças principalmente na quantidade de investimentos previstos nos primeiros anos de contratação. "É preciso haver algumas modificações."
O presidente do Transurb não quis comentar a informação passada por alguns empresários de que os valores de remuneração apresentados na licitação seriam superiores aos limites fixados no edital. Ele disse não saber nem mesmo a oferta de remuneração do lote seis, onde ele atua. (AI)


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