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Para o presidente do sindicato patronal, redução no número de veículos pode afetar até 10 mil trabalhadores
Empresários de ônibus falam em demissões
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo tendo entregue os envelopes para disputar a licitação dos
ônibus em São Paulo, os empresários paulistanos ainda reivindicam mudanças e acentuam as
ameaças de demissões.
O presidente do Transurb (sindicato patronal), Sérgio Pavani,
disse ontem que a licitação deve
levar à redução do número de veículos na capital paulista e que até
10 mil trabalhadores (20% da categoria) podem ser afetados.
"Tentaremos manter a quantidade de empregados. Se tiver que
haver demissão, vamos sentar
com os trabalhadores, ver como
proceder e levar ao poder público
essa situação", afirmou Pavani.
"Podem ser 10 mil, assim como
pode haver um remanejamento e
que não haja esse desemprego."
O discurso coincide com as críticas do sindicato dos motoristas e
cobradores de ônibus à implantação do novo modelo de transporte, que já resultaram em protestos
e paralisações na capital paulista.
Os empresários projetam esses
números a partir do corte de 10
mil para 7.800 na frota de ônibus.
A maior discussão, porém, se refere aos trabalhadores de viações
que estão sob intervenção da prefeitura -como as do grupo Romero Teixeira Niquini, que teve
seus contratos rompidos em setembro do ano passado.
A prefeitura estima que 17% da
frota atual esteja sob a sua administração. A Folha apurou que as
viações até aceitam discutir a inclusão desses funcionários no futuro sistema, mas não admitem
assumir os passivos trabalhistas.
O presidente do Transurb disse
ontem que as planilhas das empresas apontam para uma situação deficitária no novo sistema de
transporte. Voltou a afirmar que
elas só não deixam São Paulo porque não teriam nem como pagar
as dívidas trabalhistas.
"Pelos nossos cálculos, não há
tecnicamente viabilidade econômica. A prefeitura diz que há. Vamos ver no que vai dar", disse.
Segundo Pavani, as viações vão
negociar mudanças principalmente na quantidade de investimentos previstos nos primeiros
anos de contratação. "É preciso
haver algumas modificações."
O presidente do Transurb não
quis comentar a informação passada por alguns empresários de
que os valores de remuneração
apresentados na licitação seriam
superiores aos limites fixados no
edital. Ele disse não saber nem
mesmo a oferta de remuneração
do lote seis, onde ele atua.
(AI)
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