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Governo adia decisão sobre tropas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto informou
que "não foi concluída" a reunião
ministerial, ocorrida ontem à noite, que iria decidir se o Exército
continuaria a policiar o Rio de Janeiro por mais 30 dias após o Carnaval, conforme pedido da governadora Rosinha Matheus (PSB).
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva havia convocado emergencialmente os ministros José Dirceu (Casa Civil), José Viegas (Defesa) e Márcio Thomaz Bastos
(Justiça) para discutir a questão,
mas a reunião foi encerrada 40
minutos depois do início para que
mais informações fossem coletadas, segundo informações da assessoria do Planalto. A reunião
continua hoje.
A permanência das tropas no
Rio de Janeiro além do período de
Carnaval dividiu a cúpula do Executivo. De um lado, Thomaz Bastos e Viegas queriam que a ação
fosse concluída para reforçar o caráter pontual da iniciativa, segundo a Folha apurou. No outro lado,
Lula e Dirceu avaliavam que a
atuação do Exército no Carnaval
do Rio tinha sido satisfatória para
conter a violência.
Bastos até aceitaria a permanência das tropas por 30 dias, mas a
falta de diretrizes fixas -como o
que os soldados poderiam ou não
fazer- incomoda o ministro.
Outro ponto em debate durante
a reunião foi a morte do professor
de inglês Frederico Branco de Faria, 56, anteontem. Faria ultrapassou uma blitz conjunta do Exército e da Polícia Militar e foi morto
por um tiro de fuzil -arma que é
utilizada pelo Exército. O episódio causou mal-estar na cúpula
do governo, mas foi visto como
"caso isolado", por Lula e Dirceu.
Permanência
Antes da reunião de ontem à noite, Dirceu defendeu a atuação das
Forças Armadas no policiamento
do Rio, ao comentar a morte do
professor de inglês.
"Não vejo porque aquela tragédia que aconteceu, da morte do
professor, possa significar que as
Forças Armadas não devam ou
não possam fazer ações como essas, de emergência. Aquilo poderia ter acontecido também se fosse uma tropa da polícia Civil ou
Militar. Todo o procedimento foi
realizado, de aviso e de alerta. Todas as medidas adequadas foram
tomadas naquele caso."
Ele se mostrou simpático à manutenção das tropas no Rio por
mais tempo. "Temos um compromisso público que o presidente Lula assumiu com o Rio de Janeiro e com a governadora Rosinha Garotinho", afirmou.
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