DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a prefeita Marta Suplicy (PT) tem apresentado como um de seus principais projetos na área de saúde para mulheres uma lei que engavetou durante dois anos.
A lei que determina a entrega de vales-transporte para gestantes fazerem os exames de pré-natal foi sancionada em novembro de 2001, mas só foi implementada em dezembro passado -nove meses após o vereador e autor da lei, Carlos Bezerra (PSDB), ter acionado a Promotoria para que Marta cumprisse a lei.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a demora foi causada por trâmites burocráticos.
Anteontem, no programa "Superpop", da Rede TV!, Marta divulgou as vantagens do projeto. "Nós temos um negócio que eu gosto muito, que é o passe para as gestantes. Nós começamos a constatar que, mesmo sendo oferecida a consulta pré-natal, muitas vezes [a gestante] não ia porque não tinha dinheiro para o ônibus. Quando constatamos isso, o que a gente fez? O passe gratuito para gestantes."
"Estranhei a atitude "malandra" da prefeita. Ela está se promovendo com ações que, na verdade, dificultou", disse o vereador.
Já em fevereiro deste ano, o promotor Reynaldo Mapelli Junior entrou com ação pedindo que o programa seja cumprido integralmente. Atualmente, a prefeitura dá, por um ano, passes para mães de bebês nascidos com menos de 2 kg. Segundo Mapelli, o benefício deve atender todos os bebês.
Para Jael Barbosa de Albuquerque, gerente da área de saúde da mulher da secretaria, Marta está certa em divulgar o projeto como ação sua. "É a prefeitura que banca tudo. Ela poderia não ter sancionado a lei, mas sancionou." O projeto conta com R$ 2 milhões neste ano para 60 mil passes/mês.


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