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ADMINISTRAÇÃO
Secretaria dos Negócios Jurídicos afirma que, ainda neste ano, alienação será saída para alguns dos casos
Prefeitura quer vender 15 áreas cedidas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo informou que está concluindo um estudo para colocar à venda 15 das
centenas de áreas cedidas à iniciativa privada. O formato de tal venda não foi definido pelo governo.
A Secretaria dos Negócios Jurídicos não divulga quais são as
áreas que podem ser alienadas,
mas afirma que isso vai acontecer
ainda neste ano -último da gestão de Marta Suplicy (PT)- e que
os terrenos em questão "não interessam mais à municipalidade".
A Folha apurou que encabeçam
a lista de áreas a vender aquelas
cedidas a clubes. Em 2003 o secretário dos Negócios Jurídicos, Luiz
Tarcísio Teixeira Ferreira, já havia
saído em defesa da permanência
dessas entidades nos locais em
que estão, dizendo que a cidade
não poderia permitir "que o Palmeiras se instalasse em Cotia".
Ainda de acordo com a prefeitura, o destino das demais áreas será
a revisão das contrapartidas
-com possibilidade de cobrança
de aluguel e de início de ações judiciais de interrupção de algumas
concessões, como aconteceu em
abril do ano passado, exemplifica
o governo, com um terreno de
11.500 m2 no Pari (centro).
A área era ocupada pela escola
de samba Colorado do Brás e hoje
está sendo destinada à construção
de um conjunto habitacional.
Promessa antiga
A retomada do terreno do Pari,
porém, é o único exemplo prático
que o governo cita no processo de
revisão do interesse público das
concessões, apesar de essa não ser
a primeira vez que a Secretaria
dos Negócios Jurídicos fala em
atualizar contrapartidas e cobrar
aluguéis dos interessados.
A promessa foi feita pelo governo pela primeira vez em setembro
de 2002, cinco meses depois de
vencido o prazo para providências fixado pela CPI das Áreas Públicas e um mês após a Promotoria pedir explicações à prefeita sobre as atitudes tomadas, sob pena
de processá-la por improbidade
administrativa (má gestão).
Na ocasião, 15 entidades foram
notificadas para revisão das bases
de cessão dos terrenos. O governo
dizia que, para continuar nas
áreas, elas teriam de pagar um
aluguel de mercado ou oferecer
uma quantidade de serviços equivalente a esse valor. Ontem, porém, a administração não soube
informar se alguma contrapartida
foi efetivamente renegociada.
O processo se arrastou, e as
ações judiciais começaram a ser
movidas em meados do ano passado, após intensa troca de ofícios
entre os promotores e a prefeitura. Neles, por mais de um ano, a
administração informou apenas
que "as concessões estão sendo
revistas".
(SÍLVIA CORRÊA)
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