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DESABAMENTO
Ex-moradores receberiam valor pago à Sersan; Presidência diz que depois cobrará empresa, que já deve ao Executivo
Governo diz que indenizará vítimas do prédio
da Sucursal de Brasília
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, afirmou ontem que o
governo vai indenizar os ex-moradores do edifício Palace 2, no Rio,
mediante autorização do Congresso. O Palace 2 dasabou parcialmente durante o Carnaval e foi
implodido no último sábado.
"Foi encontrada uma fórmula
pela qual o governo indenizará os
moradores que perderam seus
apartamentos", disse Sergio Amaral. Essa fórmula deverá ser divulgada hoje pelo advogado-geral da
União, Geraldo Quintão.
O assunto foi discutido em reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com Quintão, com
os presidentes da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), e do Senado,
Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), e com os líderes do governo no Congresso.
O líder do governo na Câmara,
Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), disse que a idéia é a
União dar aos ex-moradores todo
o dinheiro que já haviam pago à
construtora Sersan. Em contrapartida, o governo passa a ter direito de receber as indenizações da
empresa.
As empresas do deputado Sérgio
Naya (dono da Sersan) já devem
aproximadamente R$ 75 milhões
para o governo federal. A soma inclui débitos com a Receita Federal,
Banco do Brasil e Previdência Social.
Segundo Amaral, o contribuinte
não pagará a indenização dos moradores do edifício.
O porta-voz não explicou como
o governo vai indenizar os desabrigados do Palace 2 sem usar os
recursos do contribuinte. "Vocês
saberão amanhã (hoje)", disse.
"O governo terá a transferência
de créditos", afirmou.
Amaral afirmou que os moradores vão receber do governo exatamente o que já tiverem pago pelos
apartamentos.
Segundo Sergio Amaral, Geraldo
Quintão vai definir a solução legal
que vai possibilitar que o governo
indenize os desabrigados.
Anteontem, em audiência com
FHC, os desabrigados pediram
uma linha especial de crédito da
CEF (Caixa Econômica Federal)
para comprar novos apartamentos. Pela proposta, caberia ao deputado Sérgio Naya (sem partido-MG), dono da Sersan, pagar o
recurso à CEF.
Banco do Brasil
Amaral negou ontem que o Banco do Brasil tenha renegociado dívidas com a Sersan em troca de
apoio político do deputado Sérgio
Naya. A Sersan deve R$ 13 milhões
ao Banco do Brasil.
Amaral desafiou aqueles que tenham denúncias a fazer sobre o
processo envolvendo o banco e a
construtora a apresentarem provas. "É preciso pôr um ponto final
a essas acusações sem fundamento", afirmou.
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