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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Capuano nega encontro com marido de Marta

DO ENVIADO A PATROCÍNIO

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário de ônibus Leonardo Lassi Capuano nega ter dado "caixinha" de US$ 300 ao marido da prefeita Marta Suplicy, Luis Favre, ou a diretores da SPTrans (São Paulo Transporte) -acusação feita, em depoimento à polícia, pelo estelionatário Gelson Camargo dos Santos, acusado de aplicar um golpe em investidores da Gallus Agropecuária, em 1998, e na viação Cidade Tiradentes, no final de 2002.
Capuano nega, inclusive, conhecer ou já ter se encontrado alguma vez na vida com Favre.
As informações sobre a posição do empresário de ônibus foram passadas à Folha pelo irmão dele, Luiz Carlos Capuano, que disse ter conversado com Leonardo Capuano sobre essas acusações.
No depoimento à polícia, Santos relatou um encontro que teria acontecido no hotel Maksoud Plaza, no final de novembro do ano passado, em que Favre teria recebido a "caixinha" de US$ 300 mil de Capuano, como parte de um esquema de favorecimento às empresas de ônibus pela Prefeitura de São Paulo.
Santos, que já foi conhecido por "Gordo Milionário" e está preso desde 13 de março, também disse que João Tarcísio Borges, ex-sócio de Capuano em São Paulo e em Campinas, participara do encontro no hotel, assim com um terceiro empresário -cuja identidade não foi revelada.
A Folha conseguiu contatar Borges na semana passada, que também é investigado pela polícia e que desmentiu ter se encontrado com Favre. "Nunca fui ao Maksoud. Não tenho conhecimento de nada disso", afirmou Borges, de Belo Horizonte, em entrevista por telefone.
"Se houve alguma coisa, alguma conversa dele com o Leonardo... Mas eu não acredito", declarou Borges, que disse não ter mais nenhum negócio com Capuano.
Um parente de Capuano ouvido pela reportagem na cidade de Patrocínio, em Minas, utilizou um outro argumento que, na opinião dele, desqualificaria a versão dada por Santos à polícia sobre a "caixinha" de US$ 300 mil ao marido da prefeita Marta Suplicy.
Embora não tenha conversado com Leonardo Capuano sobre esse tema, ele argumenta que, em novembro de 2002 [data do suposto encontro no Maksoud Plaza relatado por Santos", Capuano já havia vendido suas viações em São Paulo e começara a preparar a sua ida a Patrocínio -ou seja, não teria por que dar dinheiro a ninguém para manter algum "esquema" de favorecimento.
O marido da prefeita também sempre negou as acusações de Santos e, após saber do depoimento de Santos, enviou, por meio de seu advogado, uma petição à polícia se colocando "inteiramente à disposição" para comparecer à delegacia, depor e prestar todos os esclarecimentos.
Luiz Fernando Pacheco, que defende Favre, classificou as acusações de terem "conteúdo absolutamente inverídico e infamante". (AI E CHICO DE GOIS)


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