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JUVENTUDE ENCARCERADA
Ele disse que o governo abriu sindicância e informará o caso à Organização dos Estados Americanos
Lembo culpa "agentes externos" por motim
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUNDIAÍ
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), disse ontem em Jundiaí (60 km de São
Paulo) que as rebeliões nas unidades da Febem são "provocadas
por agentes externos" que falam
"em direitos humanos".
"Nós temos aqui e ali sabe o
quê? Provocação de agentes externos. É bom que fique claro. Toda
vez que alguns agentes externos
ingressam na Febem com uma
idéia de que são humanos, na verdade eles estão
criando atos desumanos", disse
após ser questionado sobre a rebelião na Febem no
Tatuapé.
Lembo disse que
o governo abriu
sindicância para
apurar os nomes
dos "agentes externos" e que, depois disso, informará o caso à
OEA (Organização dos Estados
Americanos).
Ele ainda disse
que "não é justo
que alguém que
fale em direitos
humanos viole direitos humanos".
O governador participou ontem
em Jundiaí da inauguração de
obras no aeroporto de Jundiaí, na
rodovia Anhangüera e do restaurante Bom Prato.
Ele também voltou a afirmar
que a Febem no Tatuapé será desativada até o fim deste ano.
O governador mencionou quatro prefeituras administradas pelo PT -Suzano, Osasco, Guarulhos e São Carlos- ao falar sobre
o programa do governo de descentralizar unidades da Febem.
"Lamentavelmente, as cidades
que não têm permitido a Febem
são cidades de um partido que
bloqueia que a sociedade possa
reintegrar os menores."
As prefeituras dessas cidades
afirmam que o governo não apresentou projetos das unidades e
tentou impô-las sem debate. A
Prefeitura de São Carlos informou que nunca houve projeto de
instalação da Febem na cidade.
Questionado sobre uma cidade
administrada pelo PSDB que
também rejeitou a Febem -Bragança Paulista-, Lembro afirmou que negocia com a administração local.
OEA
O Cejil (Centro
pela Justiça e o Direito Internacional) vai pedir a representantes da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da OEA que visite
as unidades da Febem no Tatuapé.
Segundo Beatriz
Affonso, do Cejil,
o convite será dirigido à relatoria
de pessoas privadas de liberdade.
Em novembro
de 2005, foi encaminhada à Corte
uma acusação de
maus-tratos e espancamento de
internos do Tatuapé. No mês seguinte, o órgão determinou que o
governo adotasse medidas para
proteger os adolescentes.
Em fevereiro deste ano, entidades brasileiras de direitos humanos enviaram relatório à Corte
que apontava irregularidades no
na Febem no Tatuapé. Segundo o
relatório, a fundação não cumpriu determinações do órgão.
Colaborou LUÍSA BRITO, da Reportagem Local
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