São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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QUEBRA-QUEBRA POR INCLUSÃO

Confusão ocorreu depois de instituição federal rejeitar proposta de reserva de 52% das vagas

Grupo pró-cotas depreda universidade no ES

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma discussão sobre a adoção de cotas para afrodescendentes, indígenas e alunos da rede pública terminou em tumulto, briga e depredação na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) ontem pela manhã.
A confusão começou após a Câmara de Graduação da universidade rejeitar uma proposta para a reserva de 52% das 2.825 vagas para esses grupos (26% aos afrodescendentes, 25% aos alunos das escolas públicas e 1% aos índios), feita por uma comissão formada por membros da universidade e dos segmentos.
O ponto de discordância foi o percentual de 52%, considerado alto pela maioria dos integrantes da câmara.
Insatisfeito, um grupo de cerca de 50 pessoas que defende as cotas invadiu o prédio da pró-reitoria e provocou um tumulto.
Houve depredação de vidraças e de mobiliário de escritório, e um aluno foi agredido e hospitalizado. Seguranças intervieram para conter o tumulto.
A Polícia Federal foi acionada para avaliar os danos e instaurar um inquérito, se necessário.
Em fevereiro, representantes de movimentos sociais, da Andifes (associação de reitores de instituições federais de ensino superior) e do Ministério da Educação fecharam um acordo que propõe a implementação das cotas nas federais para estudantes de escola pública, num prazo de seis anos. A adoção deverá ser gradual, a partir de 12,5% no primeiro ano até alcançar 50% no final do prazo.
Dias antes, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara havia aprovado um projeto que prevê a reserva de 50% das vagas das instituições federais para alunos que cursaram todo o ensino médio na rede pública.


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