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POBREZA
Encontro sobre o tema acabou ontem
Sudene sugere mais educação como saída
ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha
O superintendente da Sudene,
Marcos Formiga, afirmou ontem,
durante seminário sobre a pobreza, que é necessário acabar com a
miséria do Nordeste para solucionar os problemas do Brasil.
"As estratégias para isso têm de
focar a educação da população,
que tem de estar intelectualmente
apta para enfrentar todos os seus
problemas", disse Formiga.
A Sudene (Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste)
cobre 11 Estados e tem dois eixos
de atuação de combate à miséria
na região: educação e ciência e
tecnologia.
Formiga participou do segundo
dia do seminário "Alianças na Redução da Pobreza: Realidades e
Desafios", encerrado ontem na
FGV (Fundação Getúlio Vargas),
em São Paulo.
Segundo Formiga, o órgão está
tentando não se render ao fatalismo e aos altos índices de mortalidade infantil, desnutrição e analfabetismo que atingem a região.
Joachim Von Amsberg, do Banco Mundial, disse que o grande
entrave para a diminuição da miséria no Brasil é o baixo índice de
educação da população.
"A falta de ajuste fiscal e o déficit
público são fatores críticos, que
destroem as bases de crescimento
do país", comentou Amsberg.
Quando a discussão da miséria
foi contrastada com a globalização, Cristovam Buarque, professor da UNB (Universidade de
Brasília) e presidente da ONG
Missão Criança, ressaltou que
"esse fenômeno internacional
não provoca apenas desigualdade, mas gera dessemelhança".
De acordo com Buarque, para
romper com o elo da "cadeia miserável", é imprescindível investir
na saúde e educação da criança,
para que ela não se torne um
adulto pobre.
"A bolsa-escola ajuda mais que
o aumento de salário, que, aliás,
os excluídos desconhecem. Vamos criar um movimento pela erradicação da pobreza. Vamos
chamá-lo de movimento pela segunda abolição", disse Buarque.
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