São Paulo, sábado, 06 de maio de 2000


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NARCOTRÁFICO
Justiça considerou que Margarete Santana estava obstruindo investigações sobre uso de verbas
Amapá decide afastar presidente do TCE

da Agência Folha, em Macapá

A Justiça do Amapá determinou ontem o afastamento da presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Margarete Salomão de Santana. O pedido foi feito pelo promotor Moisés Rivaldo, sob a alegação de que a presidente estaria causando supostas obstruções às investigações sobre a administração do tribunal.
Entre os anos de 1995 e 1997, o TCE teria repassado cerca de R$ 4 milhões para empresas de propriedade de Sílvio Assis, que teve sua prisão decretada no início de abril, quando a CPI do Narcotráfico esteve pela primeira vez no Estado. Assis está foragido desde então.
A verba, que representa cerca de 30% do orçamento anual do tribunal, seria destinada à publicidade do jornal "Amapá Estado", de propriedade de Assis.
O advogado do empresário Silvio Assis, Cícero Bordalo Júnior, disse que a CPI foi ao Amapá fazer politicagem. Ele nega o envolvimento de seu cliente com o narcotráfico.
Margarete foi ouvida reservadamente pela CPI em abril. Dessa vez, a presidente não compareceu, usando a prerrogativa de foro especial. Seu depoimento deve acontecer em outro Estado, na próxima semana.
A reportagem da Agência Folha procurou Margarete Salomão de Santana duas vezes ontem, em seu gabinete do TCE. Também deixou recados telefônicos, que não foram respondidos.
O conselheiro do TCE Júlio Miranda, também acusado de envolvimento no narcotráfico, será ouvido pela CPI na próxima semana, em Ponta Grossa (PR).
A CPI pediu a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do empresário Idemar Sarraf Felipe. Ouvido pelos deputados, ele negou qualquer envolvimento com o tráfico de drogas em Laranjal do Jari (AP).
Para os deputados, o depoimento do empresário confirmou que as acusações contra ele eram infundadas.
O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) disse ontem que recebeu ameaças antes de voltar para o Amapá. O sub-relator da comissão atendeu quatro telefonemas advertindo-o para que não retornasse ao Estado, porque "o clima não estava bom". "Se você vier, a coisa vai ficar preta", teriam dito ao deputado.
Mattos disse que não deu atenção às ameaças. "Não é esse tipo de coisa que vai parar a CPI."
Os deputados da CPI têm ouvido políticos amapaenses que foram acusados pela estudante Mirian Loren Flexa, 21, de estarem envolvidos em supostas operações do narcotráfico no Estado. (Luís Indriunas)


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