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NARCOTRÁFICO
Justiça considerou que Margarete Santana estava obstruindo investigações sobre uso de verbas
Amapá decide afastar presidente do TCE
da Agência Folha, em Macapá
A Justiça do
Amapá determinou ontem o afastamento da presidente do TCE (Tribunal de Contas do
Estado), Margarete Salomão de
Santana. O pedido foi feito pelo
promotor Moisés Rivaldo, sob a
alegação de que a presidente estaria causando supostas obstruções
às investigações sobre a administração do tribunal.
Entre os anos de 1995 e 1997, o
TCE teria repassado cerca de R$ 4
milhões para empresas de propriedade de Sílvio Assis, que teve
sua prisão decretada no início de
abril, quando a CPI do Narcotráfico esteve pela primeira vez no
Estado. Assis está foragido desde
então.
A verba, que representa cerca de
30% do orçamento anual do tribunal, seria destinada à publicidade do jornal "Amapá Estado",
de propriedade de Assis.
O advogado do empresário Silvio Assis, Cícero Bordalo Júnior,
disse que a CPI foi ao Amapá fazer politicagem. Ele nega o envolvimento de seu cliente com o narcotráfico.
Margarete foi ouvida reservadamente pela CPI em abril. Dessa
vez, a presidente não compareceu, usando a prerrogativa de foro especial. Seu depoimento deve
acontecer em outro Estado, na
próxima semana.
A reportagem da Agência Folha
procurou Margarete Salomão de
Santana duas vezes ontem, em
seu gabinete do TCE. Também
deixou recados telefônicos, que
não foram respondidos.
O conselheiro do TCE Júlio Miranda, também acusado de envolvimento no narcotráfico, será ouvido pela CPI na próxima semana, em Ponta Grossa (PR).
A CPI pediu a quebra dos sigilos
bancário, telefônico e fiscal do
empresário Idemar Sarraf Felipe.
Ouvido pelos deputados, ele negou qualquer envolvimento com
o tráfico de drogas em Laranjal do
Jari (AP).
Para os deputados, o depoimento do empresário confirmou
que as acusações contra ele eram
infundadas.
O deputado federal Pompeo de
Mattos (PDT-RS) disse ontem
que recebeu ameaças antes de
voltar para o Amapá. O sub-relator da comissão atendeu quatro
telefonemas advertindo-o para
que não retornasse ao Estado,
porque "o clima não estava bom".
"Se você vier, a coisa vai ficar preta", teriam dito ao deputado.
Mattos disse que não deu atenção às ameaças. "Não é esse tipo
de coisa que vai parar a CPI."
Os deputados da CPI têm ouvido políticos amapaenses que foram acusados pela estudante Mirian Loren Flexa, 21, de estarem
envolvidos em supostas operações do narcotráfico no Estado.
(Luís Indriunas)
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