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PT promete criar novos espaços
DA REPORTAGEM LOCAL
Para reduzir a "exclusão cultural" dos bairros mais distantes, o
secretário municipal da Cultura,
Marco Aurélio Garcia, defende a
instalação de novos espaços mesmo que improvisados.
"A relação entre falta de equipamentos de lazer e cultura e altas
taxas de violência é evidente. Nas
áreas do fundão da periferia, vamos instalar mais recursos, nem
que seja em prédios improvisados", afirma Garcia.
Antes disso, ele tem o desafio de
recuperar as 62 bibliotecas da cidade, que estão sucateadas, com
acervos desatualizados e livros
que de tão usados já não têm condições para consulta.
Apenas uma tem internet e fica
na área nobre de Pinheiros, na
avenida Henrique Schaumann.
A Biblioteca Marcos Rey, em
Campo Limpo (zona sul), vive
uma situação inusitada: é assinante da "Revista da Web", mas
não tem nenhum computador e
mantém seus registros de usuários e controle de empréstimos
em fichas de papel manuscritas.
"As nossas bibliotecas são hoje
grandes depósitos de livros velhos", diz Garcia.
O secretário afirma que a prefeitura pretende recuperar os acervos e ainda transformar as bibliotecas em minicentros culturais,
com apresentações de vídeo, música, teatro e artes plásticas.
Para funcionários e usuários da
Marcos Rey, isso ainda é um sonho. A biblioteca funcionava em
um prédio apertado e mantinha
seu acervo para empréstimo no
porão. Hoje a área virou um depósito de água mineral.
De endereço novo no mesmo
bairro, há seis meses, a biblioteca
mantém os antigos livros -não
recebeu nada ainda este ano- e
ainda perdeu clientela.
"A maioria do pessoal vem a pé
e agora ficou longe", diz a bibliotecária-chefe Maria José Barros.
O usuário médio da biblioteca é
o aluno da escola pública, com
idade entre 10 e 16 anos, e que
procura fontes para pesquisas escolares ou livros exigidos pelos
professores. "As maiores faltas
são de livros sobre folclore e história", conta Maria José.
"Estamos fazendo um levantamento para definir as prioridades
a comprar. Precisamos repor os
livros essenciais já desgastados e
atualizar o acervo", diz Garcia.
"Queremos internet em todas",
afirma o secretário.
Na Biblioteca Infanto-Juvenil
Cora Coralina, única de Guaianazes (zona leste), que atende alunos de 34 escolas municipais, há
48.162 volumes. Mais da metade
foram doações.
Cerca de 25 mil podem ser emprestados, mas, além dos problemas de desgaste, a biblioteca enfrenta também a falta de devolução. "Há cerca de 2.000 livros emprestados e não devolvidos", afirma o chefe da biblioteca, Oscar
Fuziyama. Cerca de mil pessoas
passam pela Cora Coralina diariamente.
(EM)
Para doar livros:
tel. 3864-5526 ou e-mail
smc@prodam.pmsp.sp.gov.br
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