São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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INFÂNCIA

Brasil vai a sessão da ONU com apenas 7 metas cumpridas

DA REPORTAGEM LOCAL

Na próxima quarta-feira, mais de 70 chefes de Estado estarão reunidos na Sessão Especial sobre a Criança da ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar o desempenho de seus países na última década para melhorar a qualidade de vida das crianças. A cerimônia acontecerá em Nova York, nos Estados Unidos.
O Brasil estará na convenção, representado oficialmente pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
Paralelamente ao encontro oficial, mais de 800 ONGs (organizações não-governamentais) de todo o mundo estarão reunidas para debater experiências no combate à mortalidade infantil e no fomento à educação, à saúde e à assistência social de menores.
Para a superintendente da Fundação Abrinq, Ana Maria Wilheim, a sessão paralela será um dos momentos mais ricos do evento. Nela, serão debatidas experiências que aliam governo e ONGs para aprimorar o atendimento à infância. "Os governos têm de entender que podem contar com a sociedade civil", diz.

Avaliação
O Brasil teve 27 metas para a infância e juventude estabelecidas pela ONU em 1990. Delas, sete foram cumpridas integralmente e 16 parcialmente. A evolução em quatro quesitos não pôde ser avaliada por falta de dados.
Os principais objetivos atingidos dizem respeito à saúde infantil (erradicação da poliomielite, tétano neonatal e óbitos por sarampo) e à nutrição (menos crianças nascendo abaixo do peso). O resultado poderia ter sido melhor, diz a superintendente da Abrinq, se a parceria entre iniciativa privada e poder público fosse mais afinada.
Como exemplo, Ana Maria cita o programa "Prefeito Amigo da Criança" (leia texto abaixo), desenvolvido pela Fundação Abrinq. A proposta estimula os municípios a pôr o bem-estar da população infanto-juvenil como prioridade da gestão.
O encontro da ONU irá possibilitar que experiências de sucesso como o programa "Prefeito Amigo da Criança" sejam aperfeiçoadas e exportadas para outros países do mundo.

Futuro
As perspectivas para a década atual são boas, segundo a superintendente da Abrinq. "A importância do terceiro setor está crescendo no país. Agora é questão de trabalhar em cima das novas metas da ONU."
As áreas de infância e educação são, no Brasil, as que concentram maior volume de recursos originários da iniciativa privada.
A convenção não prevê punições para os países que não atingiram as metas.


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