São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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INFÂNCIA

Pároco foi preso sob acusação de corrupção de menor em Piracicaba

Advogado de padre acusado pedirá habeas corpus

DA FOLHA CAMPINAS

O advogado Marco Antônio Teles de Freitas, 57, que defende o padre Paulo Sérgio Maya Barbosa, acusado de corrupção de menores, vai impetrar hoje pedido de habeas corpus em favor de seu cliente. O padre está preso na cadeia de São Pedro (198 km de SP).
Barbosa, 40, foi detido na noite da última sexta-feira, em Piracicaba (162 km de SP), quando estava com um adolescente de 14 anos em um canavial, próximo ao anel viário do cruzamento da rodovia do Açúcar com a estrada que liga Piracicaba a Tietê.
De acordo com o advogado, o pedido de habeas corpus não foi feito antes porque Piracicaba não tem Promotoria criminal de plantão no final de semana.
O padre e o garoto estavam no veículo Gol da Diocese de Piracicaba, segundo a polícia.
O advogado afirma que seu cliente é vítima de "uma armação". "Ele [o padre" parou o carro para o adolescente urinar. Três minutos depois, a polícia chega. Não é estranho?", questionou.
Segundo a polícia, no momento do flagrante, Barbosa estava com o zíper da calça aberto. A suspeita da polícia é que ele tenha praticado sexo oral com o garoto. A polícia informou que no Gol foram achadas 48 camisinhas, uma revista pornográfica e fotos que mostravam relações sexuais.
"O garoto que estava com ele no carro havia ligado três vezes no celular dele [do padre" para saírem", disse Freitas ontem.
No entanto o advogado não soube informar para onde os dois iriam, o motivo pelo qual o padre teria aceito o convite e qual seria o tipo de relacionamento entre Barbosa e o garoto. A Folha não conseguiu ontem entrar em contato com a família do adolescente.
O bispo de Piracicaba, dom Eduardo Koaik, disse ontem que conversou com o padre e confirmou a versão do advogado.
"Não acho que as fotos [que foram apreendidas no carro" têm conteúdo erótico, mas eu não andaria com elas", afirmou Koaik.
O advogado disse que o padre está sofrendo ameaça de outros presos. Barbosa, por ter curso superior, deveria permanecer sozinho em uma cela. Mas ele está em um corredor. Funcionários da cadeia negaram as ameaças.


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