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EM MACEIÓ

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, deixou na tarde de ontem a cidade de Maceió com destino incerto. Até o fechamento desta edição, o avião que o levava, depois de uma escala em Brasília, não havia pousado, mas a movimentação intensa da polícia em Presidente Bernardes indicava que a cidade paulista pode ser seu destino.
Seu abrigo definitivo, no entanto, deve ser a capital piauiense. Teresina abrigará um presídio federal -na verdade, um presídio já existente que será federalizado.
A transferência de Beira-Mar para o local onde ele ficará detido começou no meio da tarde. Ele embarcou, por volta das 15h10, em um helicóptero que havia pousado na capital alagoana cinco minutos antes.
O traficante seguiu então escoltado e algemado para o aeroporto Zumbi dos Palmares, onde um um avião Cessna já o esperava com o motor ligado. Foi na aeronave que ele deixou Maceió, onde passou 39 dias detido na Superintendência da Polícia Federal.

Escala em Brasília
A escala em Brasília teve início às 21h35. O traficante não pôde descer da aeronave, que gastou meia hora na capital do país para reabastecimento. Às 22h05, o vôo que levaria Fernandinho Beira-Mar para o presídio onde ficará foi reiniciado. Seu destino não havia sido divulgado até o fechamento desta edição.
A movimentação no município de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), no entanto, sugere que o traficante voltará a ficar detido no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) local.
Foi nessa unidade de segurança máxima que o traficante ficou detido durante 29 dias, até 27 de março, quando foi transferido para a capital alagoana.
Um helicóptero e alguns agentes da PF estavam, por volta das 21h, no aeroporto de Prudente Prudente, município próximo a Presidente Bernardes. Ninguém da cúpula da PF falava sobre a operação. Os policiais -alguns descaracterizados- estavam fortemente armados. O traficante poderia ser levado de helicóptero para a penitenciária.

Dentista
O forte esquema de segurança também marcou o último dia de Beira-Mar na Superintendência da PF em Alagoas. Além da transferência para o helicóptero e depois para o aeroporto de Maceió, o dia teve uma visita ao dentista.
A operação para levá-lo a um consultório odontológico localizado a 200 metros do prédio envolveu 20 policiais federais (incluindo atiradores de elite) e 27 policiais civis e militares.
Desde sábado, Beira-Mar reclamava de febre e dor de dente. O superintendente da PF, José Paulo Rubim, autorizou o atendimento ao traficante por um médico da Aeronáutica e por um da PF.
Mesmo tomando antibióticos e sedativo, Beira-Mar voltou a reclamar de dor. Ontem de manhã, ocorreu a visita ao consultório.
Beira-Mar saiu da carceragem às 10h40. No caminho, foi levado entre dois carcereiros, seguidos pelo círculo de proteção formado pelos agentes federais.
O diagnóstico foi de síndrome da articulação têmpora-mandibular (ATM), causada pela mastigação excessiva só do lado direito.
Os dentistas aplicaram antiinflamatórios e recomendaram a Beira-Mar que mudasse a forma de mastigar. O orçamento, de R$ 700, será repassado à PF.

Despiste
Às 12h40, o traficante voltou à carceragem da PF, onde foi informado de que seria transferido em algumas horas. Houve desencontro de informações, pois a PF tentou evitar que a imprensa tivesse acesso a detalhes, como hora do vôo e o destino do traficante.
Às 15h05, pousou no heliporto da sede da PF um helicóptero. Em pouco mais de cinco minutos, o traficante foi levado à aeronave, que o transportou até o aeroporto Zumbi dos Palmares, onde embarcou no Cessna para Brasília.