São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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Marta vai fazer 1ª reunião de grupo mundial em SP

FERNANDO EICHENBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE PARIS

A primeira reunião executiva da nova organização mundial Cidades e Governos Unidos (CGLU) será realizada na cidade de São Paulo, em setembro ou outubro próximos. A informação foi confirmada pela primeira presidente da entidade, a prefeita Marta Suplicy, eleita ontem, por aclamação, no último dia do congresso de fundação da CGLU, em Paris.
"É um privilégio ser a primeira presidente de uma instituição desse porte, e ainda sendo da América do Sul e mulher. Sinto-me touchée ([emocionada]", disse a prefeita à Folha.
Os 2.946 prefeitos dos cinco continentes presentes na capital francesa elegeram um triunvirato para os três anos de mandato previstos nos estatutos da organização. Marta assumirá o primeiro ano, sucedida pelos prefeitos de Paris, Bertrand Delanoë, e de Pretória, Smangaliso Mkhatswa.
O primeiro encontro da CGLU estava previsto para ser realizado em Pequim, na China, mas, como Marta não deverá se ausentar de São Paulo até as eleições, o local foi alterado para o Brasil. "A partir de agora, não poderei mais sair da cidade, e os demais presidentes e Pequim concordaram em mudar o local", explicou ela. Além dos três presidentes, participarão do encontro os 105 integrantes do comitê executivo da entidade.
Ela diz que sua gestão na nova entidade poderá render benefícios para São Paulo. "É uma oportunidade única, porque a CGLU, que abriga metade dos habitantes do planeta, dá uma credibilidade à cidade que a preside, não só como projeção, mas também como atração e pólo de investimentos."
Os três presidentes reafirmaram, ontem, os objetivos primordiais da organização por uma maior autonomia municipal e pelo estabelecimento de novas relações das cidades com a ONU e as instituições internacionais, como o Banco Mundial.
Para o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, a CGLU, a "maior ONG do mundo" -assim definida por um dos participantes do congresso-, poderá desenvolver um importante papel de pressão política e citou o caso do difícil acesso a medicamentos genéricos para tratamento de doenças como malária, tuberculose ou Aids. "Não vamos resolver todos os conflitos do mundo, mas podemos conversar entre nós."
Marta embarca amanhã para a Espanha, onde deverá se encontrar com o rei Juan Carlos.


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