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Marta vai fazer 1ª reunião de grupo mundial em SP
FERNANDO EICHENBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE PARIS
A primeira reunião executiva da
nova organização mundial Cidades e Governos Unidos (CGLU)
será realizada na cidade de São
Paulo, em setembro ou outubro
próximos. A informação foi confirmada pela primeira presidente
da entidade, a prefeita Marta Suplicy, eleita ontem, por aclamação, no último dia do congresso
de fundação da CGLU, em Paris.
"É um privilégio ser a primeira
presidente de uma instituição
desse porte, e ainda sendo da
América do Sul e mulher. Sinto-me touchée ([emocionada]", disse a prefeita à Folha.
Os 2.946 prefeitos dos cinco
continentes presentes na capital
francesa elegeram um triunvirato
para os três anos de mandato previstos nos estatutos da organização. Marta assumirá o primeiro
ano, sucedida pelos prefeitos de
Paris, Bertrand Delanoë, e de Pretória, Smangaliso Mkhatswa.
O primeiro encontro da CGLU
estava previsto para ser realizado
em Pequim, na China, mas, como
Marta não deverá se ausentar de
São Paulo até as eleições, o local
foi alterado para o Brasil. "A partir de agora, não poderei mais sair
da cidade, e os demais presidentes
e Pequim concordaram em mudar o local", explicou ela. Além
dos três presidentes, participarão
do encontro os 105 integrantes do
comitê executivo da entidade.
Ela diz que sua gestão na nova
entidade poderá render benefícios para São Paulo. "É uma oportunidade única, porque a CGLU,
que abriga metade dos habitantes
do planeta, dá uma credibilidade
à cidade que a preside, não só como projeção, mas também como
atração e pólo de investimentos."
Os três presidentes reafirmaram, ontem, os objetivos primordiais da organização por uma
maior autonomia municipal e pelo estabelecimento de novas relações das cidades com a ONU e as
instituições internacionais, como
o Banco Mundial.
Para o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, a CGLU, a "maior
ONG do mundo" -assim definida por um dos participantes do
congresso-, poderá desenvolver
um importante papel de pressão
política e citou o caso do difícil
acesso a medicamentos genéricos
para tratamento de doenças como malária, tuberculose ou Aids.
"Não vamos resolver todos os
conflitos do mundo, mas podemos conversar entre nós."
Marta embarca amanhã para a
Espanha, onde deverá se encontrar com o rei Juan Carlos.
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