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SAÚDE BUCAL
De acordo com a prefeitura, 56% das cadeiras odontológicas têm que ser substituídas; evento debate acesso
Faltam dentistas e equipamentos em SP
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Das 900 cadeiras de dentista da
rede de saúde paulistana, 500
(56%) estão caindo aos pedaços.
Faltam também 200 profissionais.
Os dados, da Secretaria Municipal
da Saúde, explicam por que conseguir uma consulta odontológica
de graça é um sufoco.
"A área não deslanchou ainda",
afirma Celina Maria de Oliveira,
representante dos usuários do sistema público na comissão de organização da 2ª Conferência Municipal de Saúde Bucal, cuja abertura ocorre hoje às 19h no Hotel
Hilton (centro de São Paulo).
O difícil acesso ao dentista na
rede pública irá a debate no evento, preparatório para a conferência estadual que, por sua vez, desembocará no encontro nacional.
A área de saúde bucal nunca foi
prioridade em São Paulo e no
país. Só neste ano é que os governos começaram a se movimentar.
Por isso a questão "acesso" está
entre os eixos temáticos definidos
pelo Conselho Nacional de Saúde
para os debates que ocorrerão nos
Estados e nos municípios.
Um estudo intensamente divulgado pela União dos Movimentos
de Saúde de São Paulo, por exemplo, realizado nos postos de saúde
da capital, mostrou que 50,5%
dos que procuraram tratamento
dentário não conseguiram.
De acordo com Luís Cláudio
Sartori, responsável pela área de
saúde bucal da secretaria municipal, em Cidade Tiradentes (zona
leste), por exemplo, há uma cadeira de dentista para cada grupo
de 30 mil habitantes -segundo a
prefeitura, o ideal seria chegar a
um equipamento para 4.000 habitantes, índice preconizado pelo
Programa Saúde da Família.
Jovens e adultos são os que mais
têm dificuldades de acesso às consultas -a cidade, afirma Sartori,
não cumpriu ainda nenhuma das
metas da OMS (Organização
Mundial da Saúde) para essas faixas etárias: esperava-se que, até
2000, 80% dos jovens de 18 anos
tivessem todos os dentes, que
75% da população entre 35 e 44
anos tivesse 20 ou mais dentes na
boca e que 50% dos idosos (65 a
74) tivessem 20 ou mais dentes.
"Certamente aí ainda está a lacuna", diz Sartori.
O déficit de dentistas já foi
maior -400. A prefeitura realizou concurso no fim de semana
passado para preencher 200 vagas. As demais dependem da criação de cargos e, em razão da falta
de recursos, devem ser ocupadas
só no ano que vem, explica.
A prefeitura comprou ainda 30
equipamentos. O município pretende gastar, neste ano, R$ 12 milhões com novas cadeiras de dentista. Outras 104 serão financiadas
pelo Ministério da Saúde e instaladas em 31 centros.
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