FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil aparece em segundo lugar entre 57 países ou territórios em número de mortes por arma de fogo, segundo ranking apresentado ontem pela Unesco (órgão das Nações Unidas para cultura e educação). O país tem uma taxa de 21,72 óbitos causados por armas de fogo por grupo de 100 mil habitantes, situação melhor apenas que a da Venezuela, cuja taxa é de 34,30/100 mil.
Em terceiro lugar está Porto Rico, território associado aos EUA, com taxa de 19,12/100 mil e em seguida o Uruguai, com 13,91/100 mil. Os melhores índices foram encontrados na Ásia. Hong Kong, região autônoma da China, tem 0,12 óbito por 100 mil habitantes; a Coréia do Sul tem 0,10 e o Japão tem a menor taxa -0,06.
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, esteve ontem na Câmara dos Deputados para apresentar o relatório ao presidente Severino Cavalcanti (PP-PE). Pediu a ele que acelere a votação do projeto que estabelece o referendo sobre a comercialização de armas de fogo, em outubro.
"Os altos índices de morte no Brasil, acima da maioria de seus vizinhos latino-americanos, são conseqüência direta da facilidade de acesso a armas de fogo. Somente uma medida como a proibição da venda fará os índices caírem substancialmente", disse.
A votação do projeto está marcada para a próxima terça na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Caso seja aprovado, segue para o plenário, onde pode ser apreciado até o fim do mês.
O relatório foi feito com base em dados enviados para a Organização Mundial da Saúde. Os anos em que foram coletados variam de 2000 a 2003. Países como Rússia, China, Colômbia e África do Sul não entraram no ranking, nem nações que estão em guerra. Procurado por meio da assessoria para comentar o ranking, o ministro Nilmário Miranda (Direitos Humanos) não se manifestou.


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