São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2005

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Prostitutas vêem "lógica perversa"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Rede Brasileira de Prostitutas divulgou nota em que afirma que o governo norte-americano "está se utilizando da lógica perversa e absurda de que não há outras formas de prevenção além de se extirpar o sexo". "Na realidade, é o sexo desprotegido que contribui para a epidemia", afirma o texto.
A nota destacou positivamente o desejo do governo norte-americano de continuar negociando e também que os dois países têm uma posição igual, a de veto ao tráfico de seres humanos para fins sexuais.
Segundo Gabriela Leite, que coordena a rede, as 25 entidades que a integram entendem que é um direito das mulheres utilizar seus corpos para o trabalho. "Todas as pessoas usam o corpo para trabalhar. Utilizamos os nossos para o sexo."
Em 2002, a atividade de profissional do sexo entrou na classificação de ocupações do Ministério do Trabalho, o que significa que a categoria pode recolher contribuição para a Previdência Social.
A prostituição no Brasil não é crime. Sua exploração, sim. A rede briga agora para a legalização das casas de prostituição como maneira de garantir condições dignas de trabalho para profissionais do sexo.
O coordenador nacional de DSTs/Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer, diz que ficou surpreso "com a postura discriminatória" em relação a trabalhadores do sexo adotada pelo governo dos EUA. "De algum modo colocam nas prostitutas, nos trabalhadores sexuais, a responsabilidade pela disseminação da Aids." A embaixada dos EUA não quis se manifestar. (FL)


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