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Policiais fazem novas buscas por jornalista da Globo
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio não conseguiu
localizar ontem o jornalista Tim
Lopes, 51, da TV Globo, que está
desaparecido desde a noite de domingo, quando foi à favela Vila
Cruzeiro, na Penha (zona norte),
fazer uma reportagem.
Cerca de 30 policiais do Bope
(Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar fizeram,
na manhã de ontem, uma nova
incursão na favela à procura de
um suposto cativeiro para onde
Lopes teria sido levado pelos traficantes. Nada foi encontrado.
À tarde, o Bope ocupou a favela
Nova Brasília, em Bonsucesso
(zona norte), após receber uma
denúncia telefônica de que haveria um corpo dentro de um carro
e que seria do jornalista. Os policiais ficaram uma hora no morro
e nada encontraram.
A Polícia Civil ainda não confirmou se as cinzas e fragmentos de
uma mandíbula e dentes encontradas na Vila Cruzeiro na segunda-feira são de Lopes.
O exame de DNA utilizará como base de comparação o sangue
contido nas cinzas e as amostras
de sangue fornecidas pelo irmão
do jornalista, Argemiro Lopes.
O inspetor Daniel Gomes, da
22ª DP, disse que solicitou à TV
Globo o envio de fitas gravadas
por Tim Lopes que, antes de desaparecer, teria ido à favela pelo menos três vezes para fazer a reportagem sobre um baile funk em
que haveria tráfico e sexo explícito praticado por menores.
Segundo ele, com as imagens
haverá chance de tentar identificar traficantes que poderiam estar
envolvidos no sumiço.
Gomes está investigando uma
denúncia, feita por telefone, de
que Lopes teria sido espancado,
torturado e morto por cerca de 20
traficantes, após ser confundido
com um PM.
O denunciante teria dito que a
ordem para matá-lo partiu do traficante Elias Pereira da Silva, o
Elias Maluco, do CV (Comando
Vermelho).
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou uma nota sobre o caso (leia nesta pág.). O arcebispo do Rio, d. Euzébio Scheid,
disse acreditar no aparecimento
de Lopes. "Esperamos sempre o
melhor, que ele apareça. Assim
espero e assim rezo."
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