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TRANSPORTE
Niquini mostrou documento à PF em que formalizou pedido; empresa municipal alegou que não tinha obrigação legal
Empresário pediu para SPTrans reter INSS
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário de ônibus Romero Niquini entregou à Polícia Federal um documento que transfere à SPTrans (empresa da prefeitura que cuida do setor) ao menos
parte da responsabilidade pelas
dívidas do sistema de transporte
em São Paulo com a Previdência.
O documento, datado de 19 de
fevereiro de 2001 (começo da administração Marta Suplicy), é
uma solicitação formal de Niquini
para que a SPTrans fizesse a retenção na fonte dos valores devidos ao INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social). Com ele, Niquini tenta mostrar que não havia
intenção deliberada de sonegar.
Relatório do INSS divulgado
neste ano chegou a apontar que as
empresas de Niquini deviam R$
34 milhões à Previdência. Pelo levantamento das dívidas dos últimos dez anos das empresas de
ônibus da cidade, a dívida atinge
R$ 2,445 bilhões.
O empresário fez esse pedido
sob a alegação de que a retenção
na fonte, antes de a arrecadação
tarifária ser dividida entre as viações, "ajudaria as empresas em
seus procedimentos internos".
Ele citava uma ordem de serviço
de 1999, de um diretor de arrecadação e fiscalização do INSS, para
amparar legalmente a medida.
A solicitação de Niquini foi encaminhada à SPTrans pelo presidente do Transurb (sindicato patronal), Sérgio Pavani. A resposta
da empresa municipal, porém,
dada no dia 24 de maio de 2001,
foi negativa: ela não aceitou fazer
a retenção do INSS na fonte. A
SPTrans chegou a fazer um parecer jurídico para dizer que não se
tratava de obrigação legal.
Esse pedido de Niquini também
foi cobrado por fiscais do INSS à
prefeitura, conforme já revelou a
Folha em abril deste ano.
(ALENCAR IZIDORO)
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